“Não há na literatura em língua portuguesa conhecida nada que se pareça com A Batalha do Apocalipse.”
- José Louzeiro, escritor e roteirista
Estória ágil, enredo inteligente, personagens cativantes e um épico de proporções tolkianas. Isso é o que Eduardo Spohr nos traz em A Batalha do Apocalipse, e mostra que a fantasia nacional em nada perde para a estrangeira.
Enquanto J. R. R. Tolkien se valeu da mitologia celta e anglo-saxã, para dar vida a uma das maiores obras de fantasia que o mundo já viu, a trilogia O Senhor dos Anéis, Spohr foi mais ousado, no seu livro ele se valeu da mitologia judaico-cristã, povoada por mitos que quase todo mundo conhece, como anjos, demônios, espíritos e o próprio Deus e o Diabo. Tudo isso num épico gigantesco, cheio daquilo que mais atrai os leitores de fantasia: aventuras, magia, lutas incríveis e a incessante luta entre o bem e o mal.
Apesar dos mitos judaicos e cristãos, o livro em nada se parece com uma chata história sobre religião. Nesse livro acompanhamos a saga de Ablon, o Anjo Renegado, que foi expulso do Plano Celeste, antes mesmo da queda de Lúcifer, por tentar defender a raça humana contra a tirania do Príncipe dos Anjos, Miguel, que ficou com o encargo de governar o Plano Espiritual, enquanto o Criador repousa em seu sono letárgico do Sétimo Dia.
A estória começa com o prenúncio do Fim dos Tempos, mas ao decorrer da narrativa vamos acompanhando algumas das maiores aventuras de Ablon antes do tempo presente e o vamos acompanhando em aventuras esplendorosas, como a de Babel, que foi para mim uma das melhores passagens do livro, e também vamos conhecendo melhor personagens memoráveis, como a Bruxa Shamira, amiga inseparável do Renegado, e outros tantos igualmente memoráveis.
O livro se encaminha para um final apocalíptico e não decepciona. Um clímax incrível, em que você não consegue largar até chegar ao desenlace, mais confesso que achei aquele finalzinho meio estranho…
A Batalha do Apocalipse é sem dúvidas, uma dos melhores épicos que já li. Como já foi dito, a narrativa ágil, o enredo inteligente e principalmente os personagens cativantes, onde até o Diabo tem seu carisma, é o que faz esse livro tão especial e que merece o espaço que vem conquistando entre os leitores nacionais.
Uma das coisas de que mais gostei no livro é a maneira com Spohr reúne vários mitos e dá uma única explicação convincente, mais não gostei a maneira como Cristo foi retratado no livro, não que eu seja religioso, mais esperava uma importância maior dele para o livro.
A Batalha do Apocalipse é um dos primeiros do gênero de Fantasia Nacional a crescer bastante entre os leitores brasileiros (e esperamos que não seja o último), alcançando, inclusive, a lista de mais vendidos. Se não leu, leia, garanto que não ira se decepcionar!
Título: A Batalha do Apocalipse: da queda dos anjos ao crepúsculo do mundo
Autor: Eduardo Spohr
Ano: 2010
Páginas: 586
Editora: Verus Editora
2 comentários:
Diferentemente de Senhor dos Anéis, a Bíblia não é um mito.
Desculpa a minha opinia de um agnostico convicto!Mais na minha visao,Anjos, Demonios, entre outras criaturas sao seres mitologicos... essa resenha tem a MINHA opiniao, nao estou dizendo q sua visao eh errada, pelo contario aprecio muito qualquer comentario sobre minhas resenhas, e agradeço por ter lido e dado sua opiniao!
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