segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Cartas de Natal

Espera, ainda dá tempo!

Como nós aqui do Fantasia BR acreditamos em Papai Noel, e também adoramos ganhar presentes, também estamos colocando nossas Cartas de Natal embaixo da árvore.

Essas cartas são nossas manifestações desse clima consumista que nos invade essa época do ano, com tudo o que desejamos ganhar nesse Natal. Nada de meias nem presentinhos bobos. Nos propusemos a sonhar sem limites no cartão de crédito do Bom Velinho.

Agora confira o que resultou dessa nossa reflexão consumista nessa nossa infância tardia.

The History of Middle Eart Fantasia BR

Querido Papai Noel,

Se você existisse mesmo seria bem legal, sei que esse ano estive bem longe de ser um menino comportado mas dirijo os meus pedidos de Natal não só a você mas para qualquer um dos meus amigos ou pra quem sabe alguma alma caridosa... e, sonhar é bom né?

Bom, esse ano fiz muitas viagens mas nunca dei a sorte de conseguir ir numa época boa e ver no cinema alguns dos filmes que mais ansiei por assistir durante todo o ano, como o recém chegado O Hobbit: A Desolação de Smaug. Mas, não me incomodo de ver em DVD a versão estendida de O Hobbit: Uma Viagem Inesperada, e acho que prefiro em Blu-Ray, esse é o meu primeiro pedido.

Já que comecei com coisas relacionadas à Terra Média continuarei nela... Também não seria ruim ganhar a versão estendida da espetacular Trilogia O Senhor dos Anéis, apesar de já ter visto, mas ter é melhor que só ver.

Sou aficionado pelo universo fantástico do Tolkien e queria muito a versão ilustrada do clássico O Hobbit, que se não me engano foi recém lançado no Brasil pela Martins Fontes e pra completar queria muito a coleção completa (em inglês) de The History of Middle Earth compilada por Christopher Tolkien...

E como pedi pouca coisa pra finalizar e fugir um pouco da Terra Média queria também a coleção The Absolute Sandman, edição definitiva do clássico quadrinho do mestre Neil Gaiman, que sempre esteve na minha lista de desejos mas que nunca esteve ao alcance do meu orçamento. É isso que eu queria pra fazer do meu natal bem mais alegre.

Queria ganha tudo que pedi mas se ganhasse apenas um seria a “criança” mais feliz do mundo!

Alysson Pinheiro

As Crônicas de Gelo e Fogo Fantasia BR

Então nesse natal eu gostaria muito de ganhar o box dos cinco livros lançados das Crônicas de Gelo e Fogo pois eu sinto que eu preciso desses livros na minha vida, e como eu vejo a série, muita coisa fica um pouco vaga e eu preciso entender melhor essa história maravilhosa.

Gostaria de ganhar também uma viagem com TUDO pago para os parques de Orlando porque é meu sonho desde criança e eu acho que seria a viagem dos meus sonhos.

Acho que são as duas coisas que eu gostaria de ganhar nesse Natal!

Eder Duarte

Box Harry Potter Wizard's Collection Fantasia BR

Oi Papai Noel,

Bem, é meio estranho de chamar de querido já que nunca nos vimos, e provavelmente nunca nos veremos, por isso não vou fazer isso. Mas mesmo assim espero que se lembre de mim nesse Natal e como eu fui um bom menino esse ano. Tá, nem tão bom assim, mas se for necessário eu posso anexar a justificativa totalmente lógica, plausível e irrefutável para o meu comportamento em alguns momentos. Só vai ter que esperar eu lembrar-las.

Mas vamos ao que interessa, ou melhor, ao que me interessa. Para começar, eu desejo ganhar o Box Harry Potter Wizard's Collection, aquele que vem com 15 DVDs, 14 Blu-Ray e 2 Blu-Ray 3D com os filmes e extras, além de bugigangas colecionáveis. Peço, por favor, um pouco de pressa pois é uma edição limitada de colecionador.

Além disso, se achar que eu mereço (não se esqueça de ler o anexo que enviarei assim que puder), poderá me dar qualquer um, ou todos, dos seguintes livros que eu PRECISO com urgência: o box com os 13 livros de Desventuras em Série, qualquer um (melhor seria todos) dos livros de Neil Gaiman e Stephen King.

Vou terminando por aqui para você não pensar que eu estou pedindo demais. Ah, eu gostaria de lembrar-lhe também que minha casa não têm chaminé, pois não tem lareira, mas se achar melhor posso deixar o fogão ligado :P .

Atenciosamente,

Enio Myrddin

 

E se alguém ai quiser dar uma de Papai Noel e fazer a alegria dessas crianças que mantêm o nosso Fantasia BR, é só entrar em contato hehehe. Afinal, sonhar não custa nada, não é o que dizem!?

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Coração de tinta, por Cornelia Funke


Qual leitor nunca sonhou em conhecer pelo menos um dos personagens de algum dos seus livros favoritos? Eu por exemplo poderia citar uma lista interminável de nomes, mas infelizmente não conheço nenhum língua encantada para dar vida a algum deles. Meggie por outro lado é uma menina de sorte, seu pai um exímio encadernador chamado Mo possui uma incrível habilidade. Todas as vezes que ele lê um livro em voz alta algum personagem ou objeto acaba saindo das páginas e ganha vida no nosso mundo. Com toda certeza é um dom extraordinário, mas como tudo nessa vida tem um preço, todas as vezes que Mo tira algo do livro acontece uma troca e um objeto ou pessoa do mundo real acaba sendo sugada pra dentro da história.

Numa noite quando Meggie ainda era um bebê, Mo decide ler um livro chamado Coração de tinta e acidentalmente traz de lá o detestável vilão Capricórnio, seu comparsa Basta e um domador de fogo chamado Dedo empoeirado. No lugar dos três personagens a mulher dele, Teresa, entra no livro. 

Nove anos após o ocorrido ele e sua filha Meggie levam uma vida aparentemente normal até que do nada surge um visitante inesperado querendo conversar com Mo. Meggie nunca desconfiou de nada a respeito do desaparecimento de sua mãe e nem sobre o dom especial de seu pai, mas quando esse visitante surge ela começa a perceber que segredos estão sendo guardados dela a muito tempo. O visitante é Dedo empoeirado e veio alertar Mo sobre os planos malignos de Capricórnio que com o passar dos anos se fortaleceu e montou uma base quase militar no nosso mundo e agora desejava utilizar os poderes de Mo para trazer riquezas e outras coisas assustadoras de dentro dos livros. Com o intuito de proteger Meggie de toda essa história, Mo se vê forçado a fugir e acaba indo para a casa da tia de sua mulher, uma velha colecionadora de livros chamada Elionor.

Com toda essa trama montada a história se desenvolve num ritmo bom, nada de cansar o leitor com passagens cansativas e massantes. Cornelia Funke conduz seus personagens de uma maneira bem gostosa de ser lida. O desespero de querer voltar para casa de Dedo empoeirado, a ganancia por poder e riquezas de Capricórnio, a determinação de Mo para encontrar sua esposa e manter a filha a salvo e a curiosidade e bravura de Meggie são fundamentais para o desenrolar dos fatos e a cada final de capítulo somos surpreendidos com reviravoltas que não nos dão nenhuma dica do que vai acontecer a seguir. O livro faz parte de uma trilogia intitulada Mundo de tinta. Muitas coisas ainda estão por vir nessa história maravilhosa e eu não vejo a hora de virar a última pagina do terceiro e último volume.

Mais do que uma bela história de fantasia muito bem construída esse livro é uma declaração de amor pelos livros e pela leitura, a todo momento existem passagens que indicam isso. Ler algo que fale sobre esse tema para um leitor é algo encantador. Vale muito a pena embarcar no mundo de tinta de Cornelia Funke.

"O ofício de escrever historias tem algo a ver com a magia." - Cornelia Funke.


Titulo: Coração de tinta
Titulo original: Tintenherz
Autor: Cornelia funke
Ano: 2006
Páginas: 455p.
Editora: Cia. Das Letras
Tradução: Sonali Bertuol



quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A Hora das Bruxas vol. II, de Anne Rice

A Hora das Bruxas vol. II, de Anne Rice - Fantasia BR

Dando continuidade aos eventos iniciados em A Hora das Bruxas I, onde o foco principal era narrar a história da família Mayfair, suas tragédias, triunfos e loucuras, sempre envolta em um mistério sobrenatural, Anne Rice encerra com chave de ouro a primeira parte da saga das Bruxas Mayfair, com uma narrativa envolvente e uma trama bastante criativa.

O segundo volume ainda apresenta suas páginas iniciais dedicadas aos extensos arquivos das Bruxas Mayfair, nos apresentando a história da bruxa mais atual, Rowan Mayfair, que é o foco deste segundo volume, a 13ª herdeira do Legado Mayfair e a bruxa mais poderosa que já surgiu na família. Rowan é uma mulher determinada, inteligentíssima, dona de uma certa frieza, confiança e possui um poder jamais visto nas suas antepassadas um poder sobrenatural e assustador. Depois da posse do Legado e de ter descoberto a história de suas antepassadas, Rowan tem a missão de aceitar ou recusar todas as imposições do Legado que incluem ele... Lasher. E a terrível escolha que terá de fazer entre o seu amor por Michael Curry ou as palavras sedutoras e as promessas duvidosas de Lasher.

Sem dúvidas o personagem que mais me chamou a tenção desde o início do volume I foi Lasher, o espirito demônio que está intimamente relacionado com todas as coisas sobrenaturais que cercam os Mayfair. Me pegava esperando ansiosamente por suas aparições que sem dúvidas deixam o livro mais interessante. Você não sabe a natureza dessa criatura, o que ele é, qual seu objetivo ao certo ou até mesmo se ele é bom ou mau. Lasher tem uma aura sedutora e uma sutileza incrível que até você, leitor, é seduzido por suas palavras, sem dúvidas esse personagem foi uma das maiores criações de Anne Rice.

A parte que envolve os arquivos das Bruxas foram bem interessantes e sombrias no decorrer do volume I, porém nesse segundo achei a história meio repetitiva o que deixou o livro meio cansativo no começo. Senti um enorme alívio ao termina-los. Assim que terminam os arquivos a trama evolui bastante e o livro se torna um verdadeiro trilher de suspense e terror com cenas de deixar os seus cabelos em pé. A narrativa de Anne Rice é pesada e detalhada ao extremo, mas tem um efeito quase que narcótico e é viciante. Acho legal o jeito que ela escreve, pois apesar de ser muito detalhista ela sabe descrever bem o ambiente, as situações e os personagens o que enriquece a imaginação do leitor.

Basicamente o livro gira em torno das dúvidas e mistérios sobre Lasher, as imposições do Legado a Rowan e as visões de Michael que é um dos grandes mistérios da trama, aqui você acha que tem uma ideia de como o livro termina mas o final é tipo “What the Fuc%#@?”. Anne Rice realmente surpreende. Ai chegamos no que me desanimou no final, são quase mil páginas esperando uma revelaçãozinha e a autora despeja tudo de uma vez e não, a história aqui só começou! Quer ver o desenlace desse rolo todo? Leia Lasher, o próximo livro da série, e cá entre nós não é pra qualquer um adquirir um livro da Rice que são bem caros e esse não foi publicado ainda naquelas edições furrecas da Rocco, que foi de onde consegui ler A Hora das Bruxas.

Fora algumas cenas de sexo que achei exageradas, beirando a boa e velha pornografia que foram desnecessárias, o lenga lenga no início, alguns fatos repetitivos e um final sem final eu amei A Hora das Bruxas, pra mim é o melhor livro da Anne Rice. Li o volume II em cinco dias o que foi uma grande evolução levando em conta que demorei quatro meses pra terminar o volume I. O livro é muito bem escrito e é daquele tipo de história que, se você curtiu mesmo, não esquece fácil. Algumas cenas ficam realmente gravadas na memória. Como disse antes, Anne Rice não é pra qualquer um ou você adora ou odeia e é aqui, em As Bruxas Mayfair, que ela destrincha todo o seu talento em descrever minúcias. Portanto, se você ainda não leu algo mais “leve” da autora procure outra coisa pra ler antes de conhecer a família Mayfair!

Título: A Hora das Bruxas vol. II
Título original: The Witching Hour, 1990
Autor: Anne Rice
Ano:1994
Páginas: 490
Editora: Rocco
Tradução: Waldéa Barcellos

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Especiais, de Scott Westerfeld

Especiais Scott Westerfeld Fantasia BR

Finais de séries sempre são complicados. Não tem como não criar expectativas, ter nossos palpites e coisas do tipo. Com essa série não foi diferente. É impossível agradar todo mundo. Mas para minha sorte esse foi um final muito digno para um série significativa.

Acho que não preciso avisar que tem spoilers dos livros anteriores, né?

Depois que Tally Youngblood se transformou em uma Cortadora – um grupo de elite de Especiais – ela está mais uma vez sob controle da Dra. Cable e da cidade. Embora possa desfrutar de alguma liberdade e de um corpo com capacidades sobre humanas ela é novamente uma prisioneira mental.

Mas Tally nunca foi o tipo normal de pessoa. As recordações do passado ainda mechem com ela, o que não deveria acontecer.

Tally e Shay e os outros cortadores descobrem que enfumaçados estão contrabandeando para dentro de Nova Perfeição comprimidos de cura para as lesões cerebrais que os perfeitos sofrem durante as suas cirurgias. Através dessa descoberta elas bolam um plano para descobrir onde fica a cidade de Nova Fumaça e assim poderem enfim acabar com a ameaça dos enfumaçados. Como era de se esperar o plano é muito arriscado e envolve quebrar muitas regras e por muitas pessoas em perigo.

É certamente um livro diferente dos demais. Aliás essa é uma característica de toda a série. A cada livro a história muda de cara assim como a protagonista. Tally passou ao logo da série por inúmeras transformações não só físicas, mas principalmente internas e sentimos isso nitidamente na narrativa.

Cada umas dessas transformações deixou sua marca e não têm como Tally voltar a ser a mesma menina inocente de antes. Tally agora é uma mulher e precisa decidir como agir e não apenas ser mais uma vítima das consequências. Depois de passado o tempo de incertezas ela finalmente é obrigada a fazer suas escolhas definitivas e surpreende todo mundo.

Eu mesmo não esperava por esse final, mas ele foi totalmente coerente com a proposta do autor para a série. Na verdade, na minha opinião, foi a melhor escolha, e demostra como a Tally amadureceu, embora possa te deixar com uma estranha sensação de que talvez não tenha sido um final totalmente feliz.

Ao logo do livro finalmente o mundo como um todo vai sendo mais explorado e conhecemos melhor como as coisas funcionam em um escala maior. Era uma coisa que eu esperava muito e finalmente me senti satisfeito.

Especiais, como toda boa distopia, assim como os livros anteriores, está cheio de analogias e críticas a nossas sociedade. Mais nesse, além disso, traz também no eu fim uma esperança e uma mensagem bem clara.

Ainda existe mais um livro na série, chamado Extras, mas que não mais acompanha a história de Tally, mas de outros personagens dentro do mesmo universo ficcional criado pelo autor.

Título: Especiais

Título original: Specials

Autor: Scott Westerfeld

Ano: 2011

Páginas: 351

Editora: Galera Record

Tradução: André Gordirro

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Os Videntes, de Libba Bray


Dons sobrenaturais, assassinatos macabros, personagens incríveis e Nova York nos anos 20. Tudo isso e muito mais compõe a trama instigante e deliciosa criada pela escritora Libba Bray nesse livro que entrou para a lista dos meus livros prediletos.

Os videntes foi uma grata surpresa pra mim que não esperava tanto desse livro. Eu tinha lido sobre ele a muito tempo atrás e cheguei até a esquece-lo, então do nada ele surgiu na minha frente numa livraria qualquer e tive que aproveitar a oportunidade. Passei essa obra na frente de muitas outras que estão esperando ansiosamente que eu as leia, mas não me arrependi nem um pouco disso, afinal de contas eu fui sugado do meu tempo e cai nos anos 20 em plena Nova York, cidade dos contrabandos, dos bares ilegais, dos cinemas espetaculares e da diversão sem limites numa época onde a diversão era  muito mais valorizada do que nos dias atuais. Adoro livros que me fazem sair do lugar onde eu estou e esse com certeza tem essa capacidade. Libba Bray escreve brilhantemente bem. Foi meu primeiro livro da autora mas o bastante pra me tornar um fã.

A principio eu pensei que a história iria girar em torno de uma personagem apenas, pois os primeiros capítulos são voltados para a vida da jovem Evie O'Neil que foi exilada da sua cidade natal por não se comportar conforme mandava o figurino e acabou sendo mandada para Nova York onde iria passar a morar com o seu excêntrico e misterioso tio Will, mas no decorrer dos capítulos, vamos sendo apresentados a personagens chaves para toda a historia e todos eles incluindo Evie tem algo em comum: dons especiais dos quais eles não gostam muito de falar. Com isso vamos descobrindo bem aos poucos sobre os dons e sobre o passado de cada um. No meio de todas essas histórias uma serie de assassinatos macabros com uma pitada de simbolismo antigo e rituais maléficos começam a acontecer na cidade e como o tio de Evie é um grande estudioso do sobrenatural a policia local pede seu auxilio nesse caso que parece ser impossível de solucionar.

Evie é uma mulher a frente do seu tempo, moderna e bem divertida, sempre esta atrás de diversão e experiencias novas, quando a policia chama seu tio para ajudar no misterioso caso ela não perde tempo em ir atrás deles apenas para poder contar para o povo atrasado e antiquado da sua cidade como ela esta levando uma vida muito mais animada em Nova York, mas essa sua decisão acaba se mostrando bem perigosa quando acidentalmente ela usa o seu misterioso dom na cena do crime. Ela acaba se tornando a pessoa que tem mais pistas do assassinato e não sabe como lidar com isso.

Todos os dons parecem estar conectados de alguma forma, mesmo que sejam bem distintos uns dos outros, cada um desses personagens parece estar conectado por essa linhagem sobrenatural. Entre vislumbrar o passado apenas tocando objetos e curar doenças apenas com o toque das mãos, essas pessoas que tentam levar uma vida comum sempre acabam por se envolver em histórias perigosas. Não tem como escolher apenas um desses personagens como o predileto, é claro que Evie é a que mais chama a atenção mas os outros não ficam de lado, cada um tem uma personalidade incrível que fisga o leitor de uma forma única.

Esse livro faz parte de uma serie de livros intitulada Dinivers e não há ainda uma previsão sobre o lançamento da sua sequência aqui no Brasil. Sei que no meio de tantas series iniciadas surge aquele receio de começar mais uma, mas esse livro é tão bom que vale a pena.

Os direitos de adaptação do livro já foram comprados pela Paramount. Só me resta esperar que seja uma adaptação digna dessa história incrível e surpreendente.

Titulo: Os Videntes
Titulo original: The Diviners
Autor: Libba Bray
Ano: 2012
Páginas: 567p.
Editora: Id
Tradução: Mariana Zambon


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O Pistoleiro: A Torre Negra vol. I, de Stephen King

O Pistoleiro A Torre Negra vol 1

Roland Deschain é o último pistoleiro, vindo de um mundo devastado esse enigmático personagem inicia neste primeiro volume, de uma série de 7 livros, sua peregrinação em busca da lendária Torre Negra, um lugar místico que controla todo o Tempo e Espaço, a única coisa capaz de restaurar seu mundo.

O livro inicia-se em uma paisagem desolada que dá aquela sensação de tristeza e abandono, mas que encanta ao mesmo tempo, e é aqui que nos deparamos com Roland no encalço do Homem de Preto, uma espécie de feiticeiro que tem muitas respostas ás suas perguntas sobre sua busca pela Torre. No caminho, através desse mundo estranho, desértico e cheio de elementos fantásticos Roland se depara com alguns obstáculos e a trama possui também alguns flashbacks que dão algumas poucas revelações sobre o passado do pistoleiro. As poucas aventuras no decorrer do livro são de tirar o fôlego como a passagem de Roland pela cidade de Tull, que teve um desfecho incrível, surpreendente e com muita ação (foi minha passagem favorita) e também o encontro do pistoleiro com o garoto Jake (um personagem de extrema importância na série) que foi um tanto dramático.

Não há muito o que comentar em relação ao primeiro livro de A Torre Negra. Uma palavra resume a maior parte dele: confuso! Mas isso não quer dizer que o livro é ruim, muito pelo contrário. Uma coisa que King faz com o leitor aqui: simplesmente o joga em um mundo totalmente estranho, com um personagem extremamente enigmático com um proposito meio sem fundamento e maluco em mente que é encontrar a maldita Torre. A impressão que se tem de O Pistoleiro é que ele não é nada mais que um imenso prólogo para o que verdadeiramente te espera nos volumes seguintes da série. Pois a partir do capítulo final você começa a enxergar o propósito da história e que rumo ela deve tomar a partir de então. Mas, mesmo assim o leitor ainda se sente meio perdido. Por isso, a meu ver, A Torre Negra não é recomendada para leitores que não conhecem Stephen King. Se nunca leu nada dele não comece por essa série.

King é sutil em sua maneira de contar uma história, nada de entregar tudo de mão beijada de uma só vez, ele gosta de brincar com o leitor o seduzindo aos poucos seja com uma violenta cena de ação, algumas revelações surpreendentes e pequenos dramas ao longo da trama. E o que sei sobre A Torre Negra é que se trata de uma LONGA história dividida em sete volumes e o mundo fantástico que serve de pano de fundo para a série é, segundo o próprio King, seu próprio mundo imaginário onde ele criou grande parte de suas histórias.

Então se leu O Pistoleiro e esperava mais como eu, espere pois o que é bom de verdade começa a partir do volume dois, A Escolha dos Três, que espero resenhar em breve. Então até lá e Longos Dias e Belas Noites!

Título: O Pistoleiro: A Torre Negra vol. I

Título original: The Gunslinger

Autor: Stephen King

Ano: 2004

Páginas: 224

Editora: Suma de Letras

Tradução: Mario Molina

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Wild Cards – O Começo de Tudo, edit. por George R. R. Martin

Wild Cards - Livro 1, O Começo de Tudo, George R.R. Martin

Já comecei esse livro com uma pequena suspeita de que talvez essa coisa de uma mesma história contada por tantos autores em contos diferentes talvez não deixasse o efeito muito bom. Engano meu.

Ser exposto a tantos autores diferentes deixou a história, de uma modo geral ainda mais interessante na medida em que cada autor, imprimindo um pouco de sua personalidade aos personagens de seus contos, tornou mais “realista” as mudanças de pontos de vista. Isso só enriqueceu a obra.

Mas eu também me peguei perguntando como o esquema de produção do livro funcionou. São treze autores, mas os contos estão muito bem sincronizados entre si, com personagens de um conto aparecendo em outros de uma maneira bem natural. Fiquei imaginando como o Martin fez isso funcionar, se ele trocava os contos entre os autores, se ele determinava o enredo das histórias... Mas o importante é que o livro todo é bem executado, eu garanto.

A história gira em torno de um vírus alienígena que, nada acidentalmente, cai na terra e depois de alguns acidentes infelizes acaba se espalhando por Nova York mantando muitas pessoas e mudando algumas poucas. Dentre as que sobreviveram, as que não se transformaram em coisas grotescas, que foram apelidadas de coringas, desenvolveram poderes sobre-humanos e foram batizados de azes.

Eu sei que você pode estar se perguntando “mutantes tipo X-Men?”. A resposta é com certeza não. Tá mais pra “mutantes tipo Heroes (a série de TV)”. Eles inicialmente são pessoas totalmente comuns, algumas até ordinárias, que passam a desenvolver algum dom extra-humano, ou meta-humano como alguns gostam de dizer.

Duas coisas me chamaram a atenção ao longo do livro. <Spoiler> Quase nenhum protagonista era coringa e os finais eram felizes ou o mais próximo disso. Acho que isso é até bom, pois parece que a maioria dos autores que vejo por ai tendem a dar finais trágicos para seus contos. Mas ainda assim queria ver mais da história por trás dos olhos dos coringas <Fim do spoiler>.

O livro termina deixando no ar algumas coisas para serem exploradas mais adiante por alguns personagens que, imagino, vão ser recorrentes ao longo da série.

O próprio Martin só escreveu um conto, se você não contar a introdução e os interlúdios que são escritos em estilo jornalístico. Mas incrivelmente foi um dos contos que eu menos gostei.

Outra coisa que me chamou atenção foi o fato de que, dos treze autores que têm contos no livro, apenas três são mulheres, mas só há dois contos protagonizados por personagens femininos. Não é nenhuma crítica, só uma coisa que acabou me chamando atenção. Acho que pelo fato de eu gostar muito de fantasia e ficção científica escrita por mulheres, e com os contos desse livro não foi diferente. Ritos de degradação, de Melinda M. Shodgrass, e A garota fantasma conquista Manhattan, de Carrie Vaughn, estão entre os meu favoritos.

Eu quero também destacar o conto O dorminhoco, de Roger Zelazny, que foi o meu favorito desse livro e também de onde saiu o meu personagem favorito do livro, que faz várias aparições nos outros contos e espero que seja ainda mais utilizados nos próximos livros.

O livro é praticamente todo ficção científica, pois as explicações para os poderes são de origem genética, mas isso não restringe nada. Às vezes os autores dão uma flertada com o fantástico e o terror sem causar nenhuma estranheza, pois afinal, antes de tudo, é um livro sobre super-heróis. Ou seja, você pode esperar um pouco de todos os gêneros.

domingo, 14 de abril de 2013

O Orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares, de Ransom Riggs

O Orfanato da Srta. Peregrine

 

 

“A composição da espécie humana é infinitamente mais diversa do que a maioria dos humanos suspeita.” (Pag. 144)

Existem os humanos comuns que são a maioria e existem aqueles chamados de peculiares por possuírem habilidades incomuns e surpreendentes. Meio X-men não é? Bom eu não compararia essa historia a nada apesar de abordar um tema meio clichê, a trama é original e te prende desde a capa até o comentário do grande Tim Burton nas costas do livro.

“Vocês têm certeza de que não fui eu quem escreveu esse livro? Parece algo que eu teria feito...” (Tim Burton)

Ransom Riggs criou personagens interessantíssimos e misteriosos, a começar pelo seu protagonista Jacob que cresceu ouvindo historias bem fantasiosas de seu avô sobre uma ilha magnífica onde existia um orfanato especial que abrigava crianças com super poderes e eles viviam em paz e harmonia vigiados pelo olhar protetor da Srta. Peregrine. No inicio quando Jacob era apenas uma criança foi muito fácil acreditar em todos aqueles contos fabulosos, mas com o passar dos anos seus pais foram abrindo seus olhos para a terrível verdade por traz do passado sombrio de seu avô que é um sobrevivente da segunda guerra. Agora com seus 16 anos ele tem certeza de que tudo não passava de alucinações criadas pela mente perturbada de um velho homem a beira do declínio. Mesmo com a descrença de todos, o velho Abraham continua sempre afirmando que suas historias são reais. Então numa noite Jacob recebe um telefonema desesperado de seu avô que muda toda a sua vida para sempre. Com Abraham morto e palavras sem sentido ditas na sua hora derradeira, Jacob parte numa busca pela verdade e acaba indo parar na tal ilha misteriosa onde começa a ter respostas surpreendentes sobre a vida de seu avô. Seria tudo verdade ou parte de uma loucura sem limites?

O modo como a realidade se funde ao irreal nesse livro é encantador e alguns assuntos como confiança, relações entre pais e filhos e a dificuldade de aceitar e entender o desconhecido são tratados de uma forma sutil durante toda a história de Jacob. Com certeza foi a leitura mais diferente que fiz esse ano, pois durante todo o livro existem fotografias antigas que auxiliam o entendimento da história e tornam a trama muito mais interessante. Fiquei muito surpreso com o rumo que tudo seguiu apresentando vários ganchos para uma possível continuação que eu espero sinceramente que não demore a sair. Um livro cativante, envolvente, assustador em certas partes, divertido em outras e acima de tudo fantástico!

 

Título: O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares

Título original: Miss Peregrine’s: home for peculiar children

Autor: Ransom Riggs

Ano: 2012

Páginas: 335p.

Editora: Leya

Tradução: Edmundo Barreiro e Marcia Blasques

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Bento, de André Vianco

General b2winc

E se de repente você acordasse em um hospital sem lembrar-se de nada da sua vida? E que o mundo foi dominado por vampiros e que os humanos agora estão confinados em pequenas comunidades de sobreviventes? Isso é o que acontece com Lucas, no livro Bento de André Vianco. E mais, ele descobre que faz parte de um pequeno grupo que tem uma estranha e inexplicável habilidade contra os vampiros. Lucas é um Bento. Mais que isso, ele é o trigésimo Bento, o que significa que ele deve liderar os outros para a libertação dos humanos.

Depois de muitos livros com vampiros bonzinhos, foi um tremendo alivio ler esse livro, com vampiros assassinos e sedentos por sangue. Não que eu não goste dos outros, mas esses não muito mais o meu estilo.

O livro dá a oportunidade de vermos essa luta entre humanos e vampiros de diversos ângulos, ao apresentar diferentes personagens. Acompanhamos também o lado dos vampiros, que também passam a ter suas próprias profecias.

Na apresentação do passado de alguns personagens, temos uma ideia de como foi A Noite Maldita, o dia em que os vampiros começaram a se transformar e muitos humanos caíram em um longo coma. Mas o foco desse livro não é explicar como as coisas começaram, mas como os humanos vão derrotar os noturnos.

Lucas inicia uma jornada, com seus companheiros, por um Brasil dominado pela vida selvagem. As grandes cidades agora não passam de ruínas e as noites são dominadas pelos vampiros. A comitiva enfrenta perigos a cada passagem, e o sucesso parece incerto.

Ao iniciar a narrativa algo me incomodou imediatamente. Ainda não tinha lido nenhum outro livro do Vianco, mas percebi logo que ele adora pontos finais. Depois de um tempo o meu cérebro passou a substituir automaticamente os pontos por vírgulas para deixar a leitura mais fluida.

Outro aspecto que me incomodou um pouco foi certos personagens, que para mim pareceram estereotipados demais. Desses, o que mais me incomodou de uma forma geral foi o Bispo, um nordestino com sotaque carregado e expressões tradicionais.

A leitura por vezes me deixava cansado e eu não pude fazer grandes avanços por conta do tipo de papel do livro, branco. O papel branco sempre incomoda meus olhos e me impede de ser mais rápido.

No final, senti um grande pulo na narrativa. Depois do clímax, vem uma explicação do que ocorreu depois que não me agradou como leitor. Prefiro sempre “ver” ao invés de “me contarem”. Mas ai você percebe ainda há muita coisa pra explicar. É que esse só é o primeiro de uma série, que continua com O Vampiro Rei Vol. 1, que mudou de nome para Cantarzo, e termina em O Vampiro Rei Vol. 2, que mudou de nome para Bruxa Tereza, em edições recentes.

Título: Bento
Autor: André Vianco
Ano: 2003
Páginas: 517
Editora: Novo Século

segunda-feira, 11 de março de 2013

Douglas Adams

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“Há uma teoria que indica que sempre que qualquer um descobrir exatamente o que, para que e porque o universo está aqui, o mesmo desaparecerá e será substituído imediatamente por algo ainda mais bizarro e inexplicável… Há uma outra teoria que indica que isso já aconteceu.”

Douglas Adams

Nasceu em 11 de março de 1952. Faleceu em 11 de maio de 2001.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Protocolo Bluehand: Zumbis, de Abu Fobiya, Alexandre Ottoni e Dave Pazos

Protocolo Bluehand Zumbis capa {Fantasia BR}

A epidemia zumbi que vai devastar a Terra dos antes dominadores humanos está a um passo de acontecer. Você precisa mesmo ficar preocupado. Mas ainda lhe resta uma última chance de salvação. O Protocolo Bluehand: Zumbis. Pelo menos é isso o que promete o próprio livro.

O primeiro Protocolo Bluehand publicado foi o Alienígenas, escrito pelo Eduardo Spohr.  Os Protocolos são guias de sobrevivência e salvação publicados pela Editora NerdBooks do site Jovem Nerd. O objetivo da editora é fazer produtos exclusivos para seu público, então você só vai conseguir comprar esse livro no site Nerdstore.

Protocolo Bluehand: Zumbis não é (só) um livro de ficção. É um manual de sobrevivência prático e utilizável. Nele você vai descobrir a verdade que, segundo os autores, vem sendo escondida da humanidade já há algum tempo pelos governos, temendo a instauração geral do pânico.

A epidemia zumbi pode ocorrer a qualquer momento. Tudo por conta de uma série de coincidências que levaram a criação de um protozoário (e não um vírus) que causa a zumbificação das pessoas. Esse protozoário já se espalhou pelo planeta e está latente em boa parte da população, podendo se manifestar depois de um abalo emocional forte.

O tal protozoário é chamado o tempo todo de T. zombi o que me incomodou um pouco o biólogo dentro de mim. Acontece que só se pode abreviar o nome de uma espécie depois de der escrito seu nome por completo ao menos uma vez no texto, o que não ocorreu. Eles atribuem que o T. zombi é uma associação mutante do vírus da raiva com T. gondii (o “T.” vêm do gênero Toxoplasma, mas ele não falam isso no livro) o protozoário causador da toxoplasmose, que faz com que os ratos percam o medo por gatos.

Dá pra notar uma intensa pesquisa e cuidado na busca de referências para a elaboração do Protocolo. Achei o Protocolo Bluehand muito útil. Mesmo que uma epidemia zumbi não aconteça, aprendi muitas técnicas que poderão tornar a minha vida mais fácil em situações adversas. Como, por exemplo, poderia ter acontecido com o H1N1 (não que se deva matar seus portadores, óbvio). Você vai aprender desde como cada setor da sociedade vai se comportar diante de uma crise no sistema econômico e governamental mundial, com o perigo do surgimento de milícias, até como tomar banho com pouca ou nenhuma água e fazer suas necessidades em um mundo sem banheiro.

Além de tudo ele é um dos livros mais cheios de detalhes que já tive a oportunidade de ter nas mãos. Você não vai encontrar um Protocolo Bluehand: Zumbis em bom estado. Ele já foi utilizado, amassado, manchado, rasurado, ensanguentado e mordido. São inúmeras as marcas de dedos, as manchas de sangue e mofo, páginas tortas, colagens e principalmente as úteis e divertidas “observações feitas à caneta”.

Além dos já citados “defeitos”, o livro é recheado de ilustrações, diagramas e mapas. Me surpreendi quando me deparei com umas páginas extras enfiadas ali no meio do livro pelo suposto último dono do livro. As ilustrações são do artista Marcio L. Castro, com um estilo rabiscado, o que deixa o livro ainda mais com aparência de usado.

Piadas e referências nerds é o que não falta. Tem momentos em que não dá mesmo pra segurar o riso. O que poderia ser um livro muito chato, torna-se uma leitura prazerosa pra qualquer nerd ou fã de cultura pop.

Um dos autores do livro, Abu Fobiya, é alter ego do escritor, roteirista de quadrinhos quadrinhos e desenhos animados Fábio Yabu. O Dave Pazos, mais conhecido como Azagal, foi o editor do livro. Já o Alexandre Ottoni, o Jovem Nerd, não entendi se ele contribuiu diretamente no texto, mas acho que o nome dos três aparecem na capa pois sem qualquer um deles o projeto não seria possível.

Título: Protocolo Bluehand: Zumbis: seu guia definitivo contra os mortos e os vivos
Autores: Abu Fobiya, Alexandre Ottoni e Dave Pazos
Ano: 2012
Páginas: 272
Editora: Nerdbooks

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O Mundo dos Pequeninos [Filme]

O Mundo dos Pequeninos {Fantasia BR}

Cada vez mais eu fico encantado com as obras do Studio Ghibli. Depois de ver o premiado A Viagem de Chiriro e o ótimo O Castelo Animado tenho garimpado por produções mais antigas do estúdio e não tenho me decepcionado. Mas minha mais recente descoberta foi um filme relativamente recente, o filme O Mundo dos Pequeninos é de 2010 mas só chegou ao Brasil em 2012 e direto em DVD.

O filme na maior parte do tempo mostra o ponto de vista dos pequenos coletores. Eles são seres parecidos com os humanos só que com apenas alguns centímetros de tamanho e que vivem de recolher coisas dos humanos em pequenas quantidades para que não sejam notados. Devido a natureza perigosa dos humanos se um coletor for visto eles precisam se mudar.

O Mundo dos Pequeninos - Arrietty e Sho {Fantasia BR}

Arrietty é uma pequenina de 14 anos que vive com o pai e a mãe sob o assoalho de uma casa humana. Eles desconfiam que sejam os últimos coletores ainda vivos e tomam muito cuidado para não serem pegos pelos humanos e terem o mesmo fim dos outros da sua espécie.

A tranquilidade da família acaba quando Sho, um garoto doente que acabou de mudar-se para a casa, flagra Arrietty em sua primeira coleta com o pai. Uma amizade vai surgindo aos poucos apesar da relutância de Arrietty que teme o perigo que isso pode trazer para sua família. Mas é só quando a empregada da casa decide capturar de qualquer forma os coletores, é que o perigo real chega.

O Mundo dos Pequeninos - Pais de Arrietty {Fantasia BR}

Achei bem interessante como eles se preocuparam em muitos momentos em mostrar os humanos sob a perspectiva dos coletores (como gigantes e ameaçadores) e como os coletores não vivem só de fabricações humanas que adquirem novas funções pelo seu tamanho. Eles também fabricam seus próprios utensílios.

Na maior parte do tempo o filme é bem calmo. Ele vai nos apresentado os personagens pelos seus cotidianos e até a reação dos humanos à presença dos pequenos seres é de nenhuma surpresa, já que existiam histórias sobre a existências deles no local.

Todo o filme despertou em mim uma memória de minha infância. Eu sempre adorei tudo que estivesse relacionado a seres pequeninos e se tivesse visto esse filme na infância com certeza teria se tornado um dos meus preferidos.

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A trilha sonora completa os belos cenários nos fazendo entrar de vez no clima fantástico a obra. O final, apesar de não ser o que provavelmente a maioria espera, achei bastante pertinente e segue a lógica da mitologia criada para o mundo dos pequeninos. Além disso encerra a história e deixa um campo bem amplo para ser explorado nas continuações, se existirem.

O filme é baseado no livro Os Pequenos Borrowers (The Borrowes, 1952), de Mary Norton, que é o primeiro livro de uma série de cinco. Não sei se farão os filmes dos outros livros, mas com certeza seria uma boa pedia. Essa série já teve outras adaptações para as telas, uma delas inclusive com o ator Tom Felton.

O Mundo dos Pequeninos - Japão {Fantasia BR}

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Escolhida, de P.C. Cast e Kristin Cast

Escolhida - Serie House of Hight {Fantasia BR}

Zoey Redbird é uma vadia. Sério. Ela consegue ter um namorado, dar uns amassos nada inocentes no ex, e ainda flertar com um professor. E ela sabe disso. Fica se “lamentando”, dizendo que não vai mais ver o fulano, mas só quando ela se ferra é que essa “festinha” acaba. Ai fica aquela lição supervaliosa para as leitoras da série: não fique agindo como vadia, pensando que ninguém vai achar que você não é vadia, pois você se ferra no final.

Mas uma vez eu me surpreendo quando percebo quão pouco tempo se passa em cada livro da série House of Night. Ou você acredita que a Zoey é uma azarada/sortuda ou o livro fica um pouco inverossímil. As coisas funcionam mais ou menos assim: a Zoey acorda no início da noite (vampiros dormem durante o dia, né?) vai tomar café ai alguém “supergato” que dá uns amassos nela, sem que ela queira, é claro. Ela então sai atordoada pelos terrenos da escola pensando em voltar ao dormitório quando seus pés a levam para um lugar qualquer sem que ela perceba e PAN! Ela flagra um crime. A deusa então a agracia com um novo dom que a torna capaz de fazer algo incrível que só um vampiro adulto altamente treinado é capaz. Ela ainda vai visitar a avó na cidade e briga com sua mãe e só volta pra casa depois de dar um amasso no seu ex-namorado humano. A sensação que dá é que o dia, ou melhor, a noite tem umas 40 horas de duração.

Deixando as coisas que me incomodaram de lado, House of Night ainda continua sendo um livro divertido. Não é minha série favorita, mas são livros que eu termino rapidinho e no fim ainda fica a vontade de saber o que vem a seguir. As autoras são competentes.

Zoey tenta arrumar um jeito de salvar sua amiga vampira-morta-viva Stevie Rae, mas não tem ideia de como. É ai que ela recebe uma ajuda inesperada (nem tanto assim). É um jogo que as autoras usam. Os amigos se viram contra você, pessoas que você confia vão te trair e os inimigos viram aliados.

Quem leu os anteriores sabe que Zoey está se tornando uma vampira precoce. Ela desenvolve poderes anormais para sua idade, tudos concedidos por Nyx, a Grande Deusa.

House of Night é uma mistura de Wica com vampirismo e uma pitada de ficção científica. Um discurso pró-paganismo impera em todo o livro e pelo visto eles vão levar isso até as últimas consequências. No final do livro uma guerra entre o Povo da Fé e os vampiros desponta no horizonte. Sinto que esse vai ser uma coisa bem legal, já que as autoras não têm pudor algum em torturar, sangrar, matar, esquartejar e ressuscitar como monstros comedores de sangue sem consciência os seus personagens.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Drops: Coletânea, Capas e mais Capas

coletane draco

Carol Christo e Jim Anotsu (autor de Annabel & Sarah) estão organizando uma coletânea de contos sobre jovens para a Editora Draco. O prazo é até 30 de abril de 2013 e não é um livro de fantasia. Para mais detalhes.

Dragoes de Eter capa mexicana

Marc Simonetti, o mesmo artista que criou as capas usadas nas edições brasileiras de As Crônicas de Gelo e Fogo, também criou as capas que serão usadas nas edições mexicanas dos livros da série Dragões de Éter, do Raphael Dracon.

A Noite Maldita

Foi divulgada a capa do novo livro de André Vianco, A Noite Maldita. O livro relata acontecimentos ocorridos trinta anos antes dos da saga Vampiro Rei que engloba os livros Bento, O Vampiro Rei – Vol. 1, que mudou de nome para Cantarzo, e O Vampiro Rei – Vol. 2, que mudou de nome para Bruxa Tereza em edições recentes).

Capa prévia - Anjos da Morte

Eduardo Spohr divulgou a capa de Filhos do Éden: Anjos da Morte, segundo livro da série Filhos do Éden. O livro está previsto para ser lançado em abril.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Noite infeliz, de Seth Grahame-Smith

noiteinfeliz

 

Esqueça tudo o que foi falado sobre a história dos três reis magos, a verdade veio à tona nas mãos criativas do autor Set Grahame-Smith. Esse é um daqueles livros que você se vê preso desde a primeira página, e que no fim solta um suspiro de satisfação e alegria por ter lido algo tão incrível. Noite infeliz é uma fabula muito bem escrita e criada com uma genialidade de mestre. O autor conseguiu repetir brilhantemente o que fez em Abraham Lincoln: caçador de vampiros, mesclando fatos mundialmente conhecidos com acontecimentos fantásticos e inéditos.

Tudo parte da antiga e famosa historia dos três reis magos que guiados por uma estrela acabam encontrando o estábulo onde Maria acaba de dar a luz ao menino Jesus, levando presentes e prestando homenagem ao messias prometido. Mas o que pouca gente para pra pensar é na origem desses três homens misteriosos que surgem praticamente do nada, a grande duvida que surge é a seguinte: Quem eram Baltasar, Belchior e Gaspar?

Na realidade os personagens principais do livro não são os três reis magos em si, apenas um se destaca, ele é Baltasar ou como é popularmente conhecido, “O fantasma da Antioquia”. Um ladrão procurado por toda a Judéia por cometer crimes contra o império romano, famoso por suas habilidades na luta e no furto ele é temido por todos e respeitado por alguns. Na realidade Baltasar tem uma historia de vida misteriosa e cruel. Sua jornada começa quando ele acaba indo parar na prisão do terrível rei Herodes e é lá que ele conhece os outros dois reis magos que não passam de ladrões assim como ele. Unidos num plano de fuga arriscado, porém brilhante o trio acaba indo parar em Belém no mesmo estábulo onde uma jovem de quinze anos seu filho recém nascido e seu marido estavam instalados.

Herodes é o grande vilão de toda a trama e fica furioso ao descobrir que foi enganado por meros criminosos e teme por seu reino já que uma ameaça gigantesca esta por vir, um recém nascido profetizado há anos como o messias salvador responsável pela sua ruína acaba de nascer em Belém. Sua atitude é cruel e incontrolável, deixando de lado a fuga dos três ladrões ele manda que seus soldados invadam a cidade e matem todas as crianças do local e todos aqueles que tentarem impedir isso.

Baltasar, Belchior e Gaspar escutam a historia surreal que o jovem casal conta sobre a origem do recém nascido e debocham da fé irracional que eles têm de que são os patronos escolhidos na terra para criar o filho de Deus. Os reis magos resolvem partir de Belém ao mesmo tempo em que as tropas de Herodes chegam à cidade para matar as crianças. Impulsionados por um desejo de justiça e heroísmo eles decidem unir-se ao casal e partem numa fuga que mudará a vida de todos para sempre.

Não esperava que uma passagem bíblica pudesse ser recontada de tal maneira, o nascimento de Jesus por si só já é uma historia e tanto e quando fugas desesperadas, batalhas sangrentas, magia negra e antiga, romance e muita aventura são somadas a ela, a história torna-se irresistível e digna de uma adaptação cinematográfica. A leitura transcorre rápida e envolvente, por muitas vezes eu senti que meus olhos estavam marejando e em outras eu me sentia desesperado querendo saber como tudo iria se resolver. Confesso que quando vi o lançamento desse livro pensei que seria mais um livro cômico, brincando com o nascimento mais famoso do mundo mas me enganei redondamente, existe um respeito sem limites nesse livro, ele é focado estritamente no trajeto de Baltasar e isso fez toda a diferença pra mim. É uma historia fantástica, cheia de aspectos contidos nas melhores tramas de fantasia existentes. Surpreendi-me mais uma vez com esse autor que já ganhou o meu coração de leitor. Noite infeliz é um livro que vale muito a pena!

 

Título: Noite infeliz

Título original: Unholy Night

Autor: Seth Grahame-Smith

Ano: 2012

Páginas: 272p.

Editora: Intríseca

Tradução: Juliana Romeiro

domingo, 6 de janeiro de 2013

O Príncipe Gato e a Ampulheta do Tempo, de Bento de Luca

O Principe Gato e a Ampulheta do Tempo by Fantasia BR

Já faz tempo que vejo falar desse livro em vários lugares. Inclusive o Fantasia BR já colocou um banner do livro para apoiar seu lançamento. Mas só agora, depois de ganhá-lo de presente, é que pude ler.

Hugo é um humano que mora em São Paulo e encontra um gato, príncipe em uma terra chamado Marshmallow, que chegou em São Paulo para procurar por uma ampulheta que tem o poder de salvar o seu mundo. Sem grandes explicações eles começam a caçar a ampulheta sem ter a menor ideia de onde ela pode estar e no caminho aparece para eles uma ajuda no mínimo conveniente. O porquê de Marshmallow estar a beira da destruição e como a ampulheta pode salvar o mundo são perguntas que ficam quase sem nenhuma explicação.

O livro é contado segundo a visão de três personagens: Hugo, o Príncipe Gato e em alguns momentos mais próximos ao fim por Eleanor, um rato extremamente habilidoso.

O livro procura explorar as paisagens de São Paulo, o que talvez possa ajudar na identificação com os leitores que conheçam a região. Eu não conheço São Paulo, mas não achei que isso atrapalhou em algum momento.

Uma das coisas que me incomodaram na narrativa foi o fato desses caçadores de artefatos terem uma tremenda sorte. A sorte é tanta que as coisas que eles precisam para continuar sua jornada parecem ser jogadas na cara deles. Outra foi a falta de explicação para diversas passagens, que chegam e vão e ninguém nem se dá ao trabalho de se questionar o motivo.

Apesar dos problemas que o livro apresenta, eu consegui me divertir ao lê-lo. Se você não levar o livro a sério demais e se concentrar mais na diversão vai conseguir aproveitar muito mais. É um livro leve e bem humorado que tira sarro de seus personagens o tempo todo.

Bento de Luca na verdade é o pseudônimo de Marcelo Siqueira e Gustavo Almeida. Não sei como eles se organizaram para escrever esse livro a quatro mãos, mas tive a impressão que cada um escrevia a visão de um personagem, pois gostei mais da narrativa na visão do Príncipe Gato.

O Príncipe Gato e a Ampulheta do Tempo promete ser só o primeiro de uma série, mas apesar disso achei que ele concluiu de uma forma satisfatória, fechado a história principal e abrindo espaço para que novas aventuras possam surgir. Espero que no próximo os autores corrijam os erros desse e possam explicar algumas.

Obrigado pelo presente Douglas Amaranto!

Título: O Príncipe Gato e a Ampulheta do Tempo
Autor: Bento de Luca
Ano: 2011
Páginas: 304
Editora: Novo Século (Coleção Novos Talentos da Literatura Brasileira)