Enfim, se está com receio de ler este livro com medo de se decepcionar, vá fundo, ele é muito bom. Só não espere nenhum novo Iluminado e com certeza você vai conseguir apreciar a obra.
Tradução: Roberto Grey
Páginas: 475
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Filme Conta Comigo (Stand by Me, 1986) |
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Filme Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption,1994) |
Dando continuidade aos eventos iniciados em A Hora das Bruxas I, onde o foco principal era narrar a história da família Mayfair, suas tragédias, triunfos e loucuras, sempre envolta em um mistério sobrenatural, Anne Rice encerra com chave de ouro a primeira parte da saga das Bruxas Mayfair, com uma narrativa envolvente e uma trama bastante criativa.
O segundo volume ainda apresenta suas páginas iniciais dedicadas aos extensos arquivos das Bruxas Mayfair, nos apresentando a história da bruxa mais atual, Rowan Mayfair, que é o foco deste segundo volume, a 13ª herdeira do Legado Mayfair e a bruxa mais poderosa que já surgiu na família. Rowan é uma mulher determinada, inteligentíssima, dona de uma certa frieza, confiança e possui um poder jamais visto nas suas antepassadas um poder sobrenatural e assustador. Depois da posse do Legado e de ter descoberto a história de suas antepassadas, Rowan tem a missão de aceitar ou recusar todas as imposições do Legado que incluem ele... Lasher. E a terrível escolha que terá de fazer entre o seu amor por Michael Curry ou as palavras sedutoras e as promessas duvidosas de Lasher.
Sem dúvidas o personagem que mais me chamou a tenção desde o início do volume I foi Lasher, o espirito demônio que está intimamente relacionado com todas as coisas sobrenaturais que cercam os Mayfair. Me pegava esperando ansiosamente por suas aparições que sem dúvidas deixam o livro mais interessante. Você não sabe a natureza dessa criatura, o que ele é, qual seu objetivo ao certo ou até mesmo se ele é bom ou mau. Lasher tem uma aura sedutora e uma sutileza incrível que até você, leitor, é seduzido por suas palavras, sem dúvidas esse personagem foi uma das maiores criações de Anne Rice.
A parte que envolve os arquivos das Bruxas foram bem interessantes e sombrias no decorrer do volume I, porém nesse segundo achei a história meio repetitiva o que deixou o livro meio cansativo no começo. Senti um enorme alívio ao termina-los. Assim que terminam os arquivos a trama evolui bastante e o livro se torna um verdadeiro trilher de suspense e terror com cenas de deixar os seus cabelos em pé. A narrativa de Anne Rice é pesada e detalhada ao extremo, mas tem um efeito quase que narcótico e é viciante. Acho legal o jeito que ela escreve, pois apesar de ser muito detalhista ela sabe descrever bem o ambiente, as situações e os personagens o que enriquece a imaginação do leitor.
Basicamente o livro gira em torno das dúvidas e mistérios sobre Lasher, as imposições do Legado a Rowan e as visões de Michael que é um dos grandes mistérios da trama, aqui você acha que tem uma ideia de como o livro termina mas o final é tipo “What the Fuc%#@?”. Anne Rice realmente surpreende. Ai chegamos no que me desanimou no final, são quase mil páginas esperando uma revelaçãozinha e a autora despeja tudo de uma vez e não, a história aqui só começou! Quer ver o desenlace desse rolo todo? Leia Lasher, o próximo livro da série, e cá entre nós não é pra qualquer um adquirir um livro da Rice que são bem caros e esse não foi publicado ainda naquelas edições furrecas da Rocco, que foi de onde consegui ler A Hora das Bruxas.
Fora algumas cenas de sexo que achei exageradas, beirando a boa e velha pornografia que foram desnecessárias, o lenga lenga no início, alguns fatos repetitivos e um final sem final eu amei A Hora das Bruxas, pra mim é o melhor livro da Anne Rice. Li o volume II em cinco dias o que foi uma grande evolução levando em conta que demorei quatro meses pra terminar o volume I. O livro é muito bem escrito e é daquele tipo de história que, se você curtiu mesmo, não esquece fácil. Algumas cenas ficam realmente gravadas na memória. Como disse antes, Anne Rice não é pra qualquer um ou você adora ou odeia e é aqui, em As Bruxas Mayfair, que ela destrincha todo o seu talento em descrever minúcias. Portanto, se você ainda não leu algo mais “leve” da autora procure outra coisa pra ler antes de conhecer a família Mayfair!
Título: A Hora das Bruxas vol. II
Título original: The Witching Hour, 1990
Autor: Anne Rice
Ano:1994
Páginas: 490
Editora: Rocco
Tradução: Waldéa Barcellos
Roland Deschain é o último pistoleiro, vindo de um mundo devastado esse enigmático personagem inicia neste primeiro volume, de uma série de 7 livros, sua peregrinação em busca da lendária Torre Negra, um lugar místico que controla todo o Tempo e Espaço, a única coisa capaz de restaurar seu mundo.
O livro inicia-se em uma paisagem desolada que dá aquela sensação de tristeza e abandono, mas que encanta ao mesmo tempo, e é aqui que nos deparamos com Roland no encalço do Homem de Preto, uma espécie de feiticeiro que tem muitas respostas ás suas perguntas sobre sua busca pela Torre. No caminho, através desse mundo estranho, desértico e cheio de elementos fantásticos Roland se depara com alguns obstáculos e a trama possui também alguns flashbacks que dão algumas poucas revelações sobre o passado do pistoleiro. As poucas aventuras no decorrer do livro são de tirar o fôlego como a passagem de Roland pela cidade de Tull, que teve um desfecho incrível, surpreendente e com muita ação (foi minha passagem favorita) e também o encontro do pistoleiro com o garoto Jake (um personagem de extrema importância na série) que foi um tanto dramático.
Não há muito o que comentar em relação ao primeiro livro de A Torre Negra. Uma palavra resume a maior parte dele: confuso! Mas isso não quer dizer que o livro é ruim, muito pelo contrário. Uma coisa que King faz com o leitor aqui: simplesmente o joga em um mundo totalmente estranho, com um personagem extremamente enigmático com um proposito meio sem fundamento e maluco em mente que é encontrar a maldita Torre. A impressão que se tem de O Pistoleiro é que ele não é nada mais que um imenso prólogo para o que verdadeiramente te espera nos volumes seguintes da série. Pois a partir do capítulo final você começa a enxergar o propósito da história e que rumo ela deve tomar a partir de então. Mas, mesmo assim o leitor ainda se sente meio perdido. Por isso, a meu ver, A Torre Negra não é recomendada para leitores que não conhecem Stephen King. Se nunca leu nada dele não comece por essa série.
King é sutil em sua maneira de contar uma história, nada de entregar tudo de mão beijada de uma só vez, ele gosta de brincar com o leitor o seduzindo aos poucos seja com uma violenta cena de ação, algumas revelações surpreendentes e pequenos dramas ao longo da trama. E o que sei sobre A Torre Negra é que se trata de uma LONGA história dividida em sete volumes e o mundo fantástico que serve de pano de fundo para a série é, segundo o próprio King, seu próprio mundo imaginário onde ele criou grande parte de suas histórias.
Então se leu O Pistoleiro e esperava mais como eu, espere pois o que é bom de verdade começa a partir do volume dois, A Escolha dos Três, que espero resenhar em breve. Então até lá e Longos Dias e Belas Noites!
Título: O Pistoleiro: A Torre Negra vol. I
Título original: The Gunslinger
Autor: Stephen King
Ano: 2004
Páginas: 224
Editora: Suma de Letras
Tradução: Mario Molina
E se de repente você acordasse em um hospital sem lembrar-se de nada da sua vida? E que o mundo foi dominado por vampiros e que os humanos agora estão confinados em pequenas comunidades de sobreviventes? Isso é o que acontece com Lucas, no livro Bento de André Vianco. E mais, ele descobre que faz parte de um pequeno grupo que tem uma estranha e inexplicável habilidade contra os vampiros. Lucas é um Bento. Mais que isso, ele é o trigésimo Bento, o que significa que ele deve liderar os outros para a libertação dos humanos.
Depois de muitos livros com vampiros bonzinhos, foi um tremendo alivio ler esse livro, com vampiros assassinos e sedentos por sangue. Não que eu não goste dos outros, mas esses não muito mais o meu estilo.
O livro dá a oportunidade de vermos essa luta entre humanos e vampiros de diversos ângulos, ao apresentar diferentes personagens. Acompanhamos também o lado dos vampiros, que também passam a ter suas próprias profecias.
Na apresentação do passado de alguns personagens, temos uma ideia de como foi A Noite Maldita, o dia em que os vampiros começaram a se transformar e muitos humanos caíram em um longo coma. Mas o foco desse livro não é explicar como as coisas começaram, mas como os humanos vão derrotar os noturnos.
Lucas inicia uma jornada, com seus companheiros, por um Brasil dominado pela vida selvagem. As grandes cidades agora não passam de ruínas e as noites são dominadas pelos vampiros. A comitiva enfrenta perigos a cada passagem, e o sucesso parece incerto.
Ao iniciar a narrativa algo me incomodou imediatamente. Ainda não tinha lido nenhum outro livro do Vianco, mas percebi logo que ele adora pontos finais. Depois de um tempo o meu cérebro passou a substituir automaticamente os pontos por vírgulas para deixar a leitura mais fluida.
Outro aspecto que me incomodou um pouco foi certos personagens, que para mim pareceram estereotipados demais. Desses, o que mais me incomodou de uma forma geral foi o Bispo, um nordestino com sotaque carregado e expressões tradicionais.
A leitura por vezes me deixava cansado e eu não pude fazer grandes avanços por conta do tipo de papel do livro, branco. O papel branco sempre incomoda meus olhos e me impede de ser mais rápido.
No final, senti um grande pulo na narrativa. Depois do clímax, vem uma explicação do que ocorreu depois que não me agradou como leitor. Prefiro sempre “ver” ao invés de “me contarem”. Mas ai você percebe ainda há muita coisa pra explicar. É que esse só é o primeiro de uma série, que continua com O Vampiro Rei Vol. 1, que mudou de nome para Cantarzo, e termina em O Vampiro Rei Vol. 2, que mudou de nome para Bruxa Tereza, em edições recentes.
Título: Bento
Autor: André Vianco
Ano: 2003
Páginas: 517
Editora: Novo Século
A epidemia zumbi que vai devastar a Terra dos antes dominadores humanos está a um passo de acontecer. Você precisa mesmo ficar preocupado. Mas ainda lhe resta uma última chance de salvação. O Protocolo Bluehand: Zumbis. Pelo menos é isso o que promete o próprio livro.
O primeiro Protocolo Bluehand publicado foi o Alienígenas, escrito pelo Eduardo Spohr. Os Protocolos são guias de sobrevivência e salvação publicados pela Editora NerdBooks do site Jovem Nerd. O objetivo da editora é fazer produtos exclusivos para seu público, então você só vai conseguir comprar esse livro no site Nerdstore.
Protocolo Bluehand: Zumbis não é (só) um livro de ficção. É um manual de sobrevivência prático e utilizável. Nele você vai descobrir a verdade que, segundo os autores, vem sendo escondida da humanidade já há algum tempo pelos governos, temendo a instauração geral do pânico.
A epidemia zumbi pode ocorrer a qualquer momento. Tudo por conta de uma série de coincidências que levaram a criação de um protozoário (e não um vírus) que causa a zumbificação das pessoas. Esse protozoário já se espalhou pelo planeta e está latente em boa parte da população, podendo se manifestar depois de um abalo emocional forte.
O tal protozoário é chamado o tempo todo de T. zombi o que me incomodou um pouco o biólogo dentro de mim. Acontece que só se pode abreviar o nome de uma espécie depois de der escrito seu nome por completo ao menos uma vez no texto, o que não ocorreu. Eles atribuem que o T. zombi é uma associação mutante do vírus da raiva com T. gondii (o “T.” vêm do gênero Toxoplasma, mas ele não falam isso no livro) o protozoário causador da toxoplasmose, que faz com que os ratos percam o medo por gatos.
Dá pra notar uma intensa pesquisa e cuidado na busca de referências para a elaboração do Protocolo. Achei o Protocolo Bluehand muito útil. Mesmo que uma epidemia zumbi não aconteça, aprendi muitas técnicas que poderão tornar a minha vida mais fácil em situações adversas. Como, por exemplo, poderia ter acontecido com o H1N1 (não que se deva matar seus portadores, óbvio). Você vai aprender desde como cada setor da sociedade vai se comportar diante de uma crise no sistema econômico e governamental mundial, com o perigo do surgimento de milícias, até como tomar banho com pouca ou nenhuma água e fazer suas necessidades em um mundo sem banheiro.
Além de tudo ele é um dos livros mais cheios de detalhes que já tive a oportunidade de ter nas mãos. Você não vai encontrar um Protocolo Bluehand: Zumbis em bom estado. Ele já foi utilizado, amassado, manchado, rasurado, ensanguentado e mordido. São inúmeras as marcas de dedos, as manchas de sangue e mofo, páginas tortas, colagens e principalmente as úteis e divertidas “observações feitas à caneta”.
Além dos já citados “defeitos”, o livro é recheado de ilustrações, diagramas e mapas. Me surpreendi quando me deparei com umas páginas extras enfiadas ali no meio do livro pelo suposto último dono do livro. As ilustrações são do artista Marcio L. Castro, com um estilo rabiscado, o que deixa o livro ainda mais com aparência de usado.
Piadas e referências nerds é o que não falta. Tem momentos em que não dá mesmo pra segurar o riso. O que poderia ser um livro muito chato, torna-se uma leitura prazerosa pra qualquer nerd ou fã de cultura pop.
Um dos autores do livro, Abu Fobiya, é alter ego do escritor, roteirista de quadrinhos quadrinhos e desenhos animados Fábio Yabu. O Dave Pazos, mais conhecido como Azagal, foi o editor do livro. Já o Alexandre Ottoni, o Jovem Nerd, não entendi se ele contribuiu diretamente no texto, mas acho que o nome dos três aparecem na capa pois sem qualquer um deles o projeto não seria possível.
Título: Protocolo Bluehand: Zumbis: seu guia definitivo contra os mortos e os vivos
Autores: Abu Fobiya, Alexandre Ottoni e Dave Pazos
Ano: 2012
Páginas: 272
Editora: Nerdbooks
Os Perpétuos, Destino, Morte, Sonho, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio são um grupo de entidades que personificam vários aspectos do universo de Sandman. Eles existem desde a aurora dos tempos e acredita-se que estão entre as criaturas mais poderosas (ou pelo menos influentes) do universo da HQ. Eles são uma família nada convencional de sete irmãos! Sua própria existência é irregular, uma vez que eles não são seres vivos, nem mesmo divindades. São apenas aspectos da existência não podendo por exemplo serem mortos no sentido literal da palavra, pelo menos não enquanto suas funções forem necessárias.
Desejo
Desejo exala um perfume quase subliminar de pêssegos no verão. E projeta duas sombras: uma negra de nítidos contornos. A outra sempre ondulante como neblina no calor...
Desejo sorri em breves lampejos, da mesma forma que o sol no gume de uma faca. Há muito, muito mais do que a o gume de uma faca na essência de Desejo...
Desespero
Desespero é irmã gêmea de Desejo e rainha de seu próprio domínio. Diz-se que, dispersas pelo reino de Desespero, há uma infinidade de pequenas janelas penduradas no vazio. A cada janela aberta uma cena se revela. Em nosso mundo a vista é um espelho. Assim, quando você fita seu próprio reflexo e nota os olhos de desespero sobre si, é fácil senti-la agarrando o seu coração.
Destino
Destino é o mais velho dos Perpétuos. No principio havia a palavra e ela foi escrita à mão em seu livro antes mesmo de ser pronunciada...
Delírio
O reino de Delírio é próximo e pode ser facilmente visitado. As mentes humanas, no entanto, não foram feitas para entender o seu domínio. E os poucos que viajaram até ele conseguiram relatar apenas fragmentos perdidos...
Destruição
Infelizmente até onde li há pouca informação sobre Destruição. Provavelmente ele irá aparecer nos próximos arcos da série já que foi mencionado no último que eu lí “The Season Mists” (Estação das Brumas)
Sonho
Sonho dos Perpétuos... Este é um verdadeiro enigma. Este coleciona nomes para si. Da mesma forma que os outros fazem amigos, mais pouquíssimos são os que recebem tal título… Magistral!
E há a Morte…
Os vivos só a conhecem de nome….Mais um dia todos nós a ela seremos apresentados e ela chegará a você sorrindo, o cumprimentando como uma velha amiga e juntos irão embora sob o doce som de suas asas…
"SONHEM! Sonhos moldam o mundo. Sonhos recriam o mundo, todas as noites."
O Fantasia BR preparou uma série especial de postagens referente à umas das mais famosas e cults HQ’s de todos os tempos. Trata-se de Sandman, escrita por Neil Gaiman e ilustrada por uma turma de ilustres ilustradores dentre eles Dave McKean, Sam Kieth, Mike Dringenberg, Malcolm Jones III, Kelley Jones, Jill Thompsonm, Marc Hempel, Michael Zulli e Charles Vess. Uma turma que deu vida a que para mim é uma das mais belas criações do gênero de Fantasia. Publicada de 1989 a 1996 e com 75 edições e divida em 13 arcos, Sandman ainda encontra inúmeros fãs pelo mundo inteiro!
O personagem central de Sandman é Sonho, ou Morpheus, a versão antropomórfica do sonho, e seu domínio é o Reino do Sonhar. O castelo no qual habita e todo o resto do Sonhar mudam de aspecto à sua vontade, mas certas áreas têm sua forma mantida como uma cortesia a seus habitantes. Sonho parece ser o único Perpétuo a povoar seu reino - muitos outros personagens vivem por lá e ele mantém inúmeros empregados para executar tarefas que poderia realizar facilmente, incluindo a reorganização do castelo e a vigilância de sua entrada. Os outros Perpétuos (The Endless) que serão o foco da próxima postagem) têm também seus próprios lares.
As mentes de todos os seres vivos estão ligadas ao reino de Morpheus, o Sonhar. É para lá que vão as almas de todos os que dormem e onde são guardadas lembranças e pensamentos da hora do sono. O Sonhar guarda também o mundo imaginário de cada sonhador, várias realidades alternativas e seres imaginários se escondem lá. Sua biblioteca abriga bilhões de livros que nunca foram escritos. Toda a sanidade mental dos seres depende da boa administração desse reino (já que a realidade física do universo e mental dos seres também depende de nada "vazar" de lá para cá)e Morpheus executa suas funções de maneira excelente.
Os 13 arcos de Sandman são:
Não me focarei aqui em contar detalhes da história ou de cada arco da série, até por que só li até o 4º ( e diga-se de passagem, é o melhor até agora!) mais sim apresentar esse universo fantástico surgido da mente bastante inventiva do mestre Gaiman ( o autor mais resenhado do blog!). No próximo post conheça os Perpétuos (The Endless) as figuras mais criativas e interessantes de Sandman!
“Segundo o Morpheus de Sandman, Lúcifer é o melhor fruto do Criador – o anjo Samael, chamado de Lúcifer. Significa ‘aquele que traz a luz.’ De todos os anjos ele era o mais sábio, o mais lindo, o mais poderoso. Com exceção apenas de seu Criador, ele é, talvez, o mais poderoso dos seres”.
O que poderia acontecer se nossos anseios pudessem subitamente ser atendidos? Desde um simples sonho de infância, até desejar a morte de alguém? Esse o é o ponto de partida para essa HQ incrível vinda direto do universo sombrio, surreal e surpreendente de Sandman, a maior das criações do mestre moderno da Fantasia, Neil Gaiman.
Ricamente produzido e ilustrado por Mike Carey & Scot Hampton somos transportados a um universo desconhecido e sombrio onde deuses antigos, sombrios e silenciosos dos primórdios da criação clamam por vingança por terem sido trocados pela “luz”.
No mundo todo, todos os mais variados desejos começaram a ser atendidos pois o deus sombrio da veleidade, diretamente das profundezas escuras e tenebrosas do Primeiro Mundo, amplia seus poderes concedendo tais desejos aos habitantes da Luz. O ponto de partida dessa nova série é o quarto arco da série Sandman “Estação das Brumas”. A Estrela da Manha, o Anjo Caído Lúcifer, que havia abandonado o inferno, aceita o desafio de tentar acabar com essa força silenciosa que ameaça o equilíbrio do mundo em troca de algo de autoridades superiores o que não fica claro neste primeiro arco da série.
Sempre vivendo á sombra do irmão inválido a personagem Rachel inconscientemente deseja a morte do irmão o que é prontamente atendido pelo tal deus silencioso do desejo e devido à uma ligação antiga com uma raça de índios xamãs Rachel é quem parte com Lúcifer em uma viagem mística entre vários mundos para acabar com esse poder que ameaça o domínio da Luz. E assim embarcamos em uma aventura repleta de mistério, magia, ocultismo e ação!
O personagem Lúcifer sempre me chamou a atenção, seja na Bíblia ou em outros livros, o temível rei do Inferno sempre teve um humor negro e irônico bem caraterístico o que sempre achei interessante e este é um dos pontos fortes desta série em quadrinhos, além do roteiro bem escrito e da arte belíssima. Apesar da história um tanto confusa e de acontecimentos rápidos, a temática em si é bem atrativa sobre deuses antigos, ocultismo, magia e claro um pouco de contestação religiosa. E esse é apenas o primeiro arco de uma série com o personagem Lúcifer que contem, assim como, Sandman, várias edições.
Pois é pessoal essa é apenas uma dica de HQ muito legal e espero que a apreciem tanto quanto eu, está recomendadíssima! Estou pronto para embarcar nas próximas aventuras da série e pretendo acompanha-lá concomitante com Sandman que ainda não concluí.
O brasileiro Raphael Draccon ganhou fama e notoriedade com sua série de fantasia Dragões de Éter e foi um dos autores que ajudou a fantasia nacional alcançar um patamar nunca antes visto no Brasil. Em Espíritos de Gelo ele ainda trilha no caminho da fantasia só que com uma pegada mais underground e uma temática mais adulta com sexo, drogas e Rock ‘n Roll.
Assim como em Dragões de Éter, Draccon se valeu de um conto conhecido como pano de fundo para esse seu novo romance, só que diferente da sua série épica dessa vez não foi um conto infantil e sim a velha lenda urbana da Banheira de Gelo. Um homem que acorda de repente acorrentado em uma sala escura com três caras masoquistas que usam e abusam da violência extrema para fazer com que o cara relembre como foi parar em uma banheira de gelo e sem um dos rins. Assim basicamente se desenvolve a narrativa do livro e a cada vez que era agredido a tal pessoa (uma coisa interessante é que o autor não nomeia o personagem principal) vai aos poucos se lembrando de fatos do passado e o livro então é pontuado por flashbacks.
Confesso que não gostei muito de Espíritos de Gelo. O livro não conseguiu me prender muito, mais claro que a escrita de Raphael Draccon continua ótima, só que o tema do livro não foi muito atraente na minha opinião. Quando vi que o livro trataria da lenda da banheira de gelo pensei que ela seria abordada de uma maneira bem sombria e aterrorizante, mas o que vi foi um livro que trata basicamente de um único tema: sexo! E da maneira mais exagerada e machista que já vi. A história também é meio clichê envolvendo um clube privê, com um guru velho liderando o “clube da suruba” com ricaços cheios de manias estranhas e muitos rituais absurdos envolvendo sexo e uma espécie de religião oriental, o que me lembrou bastante um filme do Stanley Kubrick intitulado De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut) estrelado por Nicole Kidman e Tom Cruise do qual nunca gostei.
Contrariando muito a opinião geral sobre esse romance o final foi a melhor parte do livro, que me surpreendeu bastante e é onde a fantasia é notada na história e as referencias a cultura pop não foram tão exageradas assim.
Bem, quem está acostumado com Dragões de Éter com certeza irá se surpreender com esse lado adulto e sem nenhum pudor de Raphael Draccon. Alguns podem gostar, outros nem tanto, mas uma coisa é inegável: o incrível talento que o autor tem em reinventar histórias!… Estou louco pra ler seu novo livro, Fios de Prata: Reconstruindo Sandman!
Título: Espíritos de Gelo
Autor: Raphael Draccon
Ano: 2011
Páginas: 176 p.
Editora: LeYa Brasil
O que me chamou atenção nesse livro primeiramente foi à capa (que nem é tão bonita assim) e depois a premissa do livro de juntar vampiros e Abraham Lincoln na mesma historia.
Eu particularmente sempre me interessei pela trajetória desse presidente então quando vi um livro que contaria a historia dele minha animação foi total, mas daí estava escrito abaixo do nome Abraham Lincoln o titulo ‘’Caçador de vampiros’’ e o receio tomou conta de mim. Será que isso deu certo? Será que esse não seria apenas mais um livro de vampiros? Eu paguei pra ver e não me arrependi. O livro conta toda a trajetória da vida do 16° presidente dos EUA, mostrando acontecimentos verídicos da historia misturados com relatos muito criativos sobre as suas caçadas secretas.
Desde criança a vida de Abe (ele é chamado assim na maior parte do livro) é amaldiçoada com a presença desses seres malignos que não medem esforços para conseguir alimento e poder. Motivado por um ódio nutrido ao longo dos anos por esses seres, Abe parte rumo a uma vingança desenfreada e sem preparação nenhuma contra inimigos que ele não conhece direito, e por ironia do destino acaba conhecendo nada mais nada menos que um vampiro disposto a treiná-lo e ajudá-lo a destruir os seus iguais. E a historia vai seguindo assim, com Abe levando sua vida aparentemente normal de dia e caçando a noite, seguindo as dicas que seu aliado inesperado lhe envia regularmente. O ritmo é perfeito, você não fica entediado em nenhum momento da leitura e fica ávido por saber mais sobre o Abe e mais sobre os vampiros.
A característica mais forte da escrita do autor, Seth Grahame-Smith, é a sua habilidade de juntar o real com o imaginário tornando aquilo muito convincente. Por diversas vezes eu me pegava imaginando se realmente não existiam vampiros e se eles não estariam convivendo com a humanidade disfarçadamente e arranjando uma forma obscura de sobreviver e se alimentar.
O sucesso mundial do livro foi tanto que resolveram adapta-lo para o cinema e recentemente o filme que tem o mesmo nome que o livro foi lançado.
Eu assisti e fiquei muito decepcionado com o resultado, esperava algo um pouco mais fiel e menos exagerado, mas esse é o grande problema de ir ao cinema ver uma adaptação de algum livro, criamos muita expectativa em cima da coisa toda. Mas não posso desmerecer o trabalho de ninguém, pois é um filme que atraiu e conquistou muitas pessoas que não tiveram a oportunidade ou não quiseram ler a obra.
Título: Abraham Lincoln: Caçador de vampiros
Título original: Abraham Lincoln: Vampire Hunter, 2010
Autor: Seth Grahame - Smith
Ano: 2010
Páginas: 336 p.
Editora: Intrínseca
Tradução: Alexandre Barbosa de Souza
Como vocês sabem o livro Fragile Things do Neil Gaiman foi dividido no Brasil em dois volumes. Essa resenha se refere apenas ao segundo volume.
Como resultado dessa divisão do livro original em dois volumes uma coisa se perdeu. Como o próprio Gaiman comenta no livro ele dedicou muito tempo organizando a ordem mais adequada para os textos, mas os dois volumes não respeitam essa ordem quebrando o efeito imaginado pelo autor.
Ao ler esse livro fica nítida a sensação que os melhores textos foram reunidos no primeiro volume. Não é que nesse livro estejam os contos ruins, mas são os mais fracos comparados aos do primeiro. Com textos mais curtos. Essa parte 2 possui muitos mais contos e inclui também poemas.
Devo confessar que os poemas são a parte mais fraca da obra. Já nos contos Gaiman explorou diversos temas e estilos. Vou destacar aqui os que mais me chamaram a atenção.
Em Noivas Proibidas dos Escravos sem Rosto na Casa Secreta da Noite do Temível Desejo ele nos trás um mundo onde o que é fantasia é tão real e cotidiano que literatura de fantasia é na verdade realista. Um conto bem divertido.
O Cascalho da Lareira da Memória, apesar de ser um conto inconclusivo é apresentado por Gaiman como uma história real, o que deixa, na minha opinião, bem mais interessante. Em Hora de Fechar, segundo ele, também somos apresentados a pessoas e lugares reais com nomes alterados. É um conto instigante.
Pó Amargo foi um dos contos que mais me agradou nesse volume. Um cara decide sair de sua rotina e vamos vendo os estranhos fatos que se sucedem. O conto acabou e eu precisei de um tempinho pensando sobre ele. Olhei novamente o inicio do conto e só ai minha ficha caiu e eu pude entender o que houve. Como disse, um dos melhores desse volume.
Sempre imaginei como seria o inferno e principalmente as torturas por quem os condenados teriam que passar. Em Os Outros Gaiman nos apresenta um inferno muito perturbador, mas também muito criativo.
Uma história que veio de um pesadelo também está presente nesse livro. Quem Alimenta e Quem Come já foi quadrinho e roteiro de filme antes de ser um conto. Também está entre minha favoritas desse volume.
Gaiman prova que continua sendo um dos mais inventivos escritores vivos. Apesar dos pesares da edição brasileira, recomendo Coisas Frágeis para quem quiser ler boas estórias sem ter que se comprometer com romances gigantescos. É sempre bom ter um Gaiman na bolsa ou mochila.
Título: Coisas Frágeis
Título original: Fragile Things (2006)
Autor: Neil Gaiman
Ano: 2010
Páginas: 166
Editora: Conrad
Tradução: Michele de Aguiar Vartuli
Por algum motivo por mim desconhecido a Conrad decidiu dividir, no Brasil, o livro Fragile Things do britânico Neil Gaiman em dois volumes. Esse texto, portanto, trata-se apenas do primeiro volume.
Ainda não tinha descoberto o lado contista do autor e nesse estilo ele se sai tão bem como romancista. Na sua introdução Gaiman nos explica sobre o título do livro e também nos apresenta a história por trás de cada conto, seus prêmios, como eles surgiram e foram parar ali. Essa leitura é um prazer a parte, nos tornando mais “íntimos” do livro como um todo. E também acabamos conhecemos um pouco mais sobre o autor.
De todos os contos incluídos nesse volume, o que mais me impressionou foi, com certeza, o conto de abertura, Um Estudo em Esmeralda. O conto mistura de uma forma única o mundo criado pelo escritor H. P. Lovecraft e o personagem Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle. Um pouco de lógica em um mundo doido.
O conto A Vez de Outubro serviu como uma espécie de treino para Gaiman antes de escrever o Livro do Cemitério. Esse é bem curioso também e achei que os meses bem que poderiam ter um livro com suas histórias.
Gaiman resolveu explorar o final da personagem Susana, de As Crônicas de Nárnia, em um conto que também trata de literatura infantil intitulado O Problema de Susan. É um conto que incomoda, mas não de um jeito negativo. Incomoda pois nos mostra um lado que talvez não quiséssemos ver em As Crônicas de Nárnia. Além de não ser nada otimista.
Me surpreendi ao ver uma narrativa que se passa no universo do filme Matrix. Gaiman escreveu Golias para o site do filme, mas ele evidencia algo que me deixa intrigado desde que eu vi o primeiro filme: por que as máquinas são tão dependentes dos homens? Apesar de eu nunca ter me convencido com as explicações apresentadas para essa premissa básica, o conto mostra o mundo de Matrix sobe um novo angulo enriquecendo ainda mais esse universo.
O Monarca do Vale narra os fatos que ocorreram com Shadow, personagem do livro Deuses Americanos, enquanto ele visitava a Escócia, e foi inspirada por Beowulf, mas não achei nada parecido com o filme A Lenda de Beowulf roteirizado por Gaiman e Roger Avary. Inda não li o Deuses Americanos, mas a narrativa e o personagem me envolveram tanto que fiquei com ainda mais vontade de mudar essa situação.
O livro também inclui outros contos incríveis, mas esses foram os que mais me chamaram a atenção. É comum, em um livro de contos, você gostar de alguns contos e outros não. Mas quando se trata de Neil Gaiman é difícil ficar sem algum pra gostar.
Título: Coisas Frágeis
Título original: Fragile Things (2006)
Autor: Neil Gaiman
Ano: 2010
Páginas: 205
Editora: Conrad
Tradução: Michele de Aguiar Vartuli