“Contei-lhe esta história”, diz o passageiro misterioso ao autor, “como se já tivesse acontecido. Mas também poderia ter contado como se fosse acontecer no futuro. Para mim, não há muita diferença.”
O livro mais famoso de Michael Ende, com certeza, é A História Sem Fim. Por isso quando me deparei com esse estranho livro do qual nunca tinha ouvido falar, é claro que o nome do autor na capa me chamou atenção na hora. Imaginei que entraria novamente em um mundo fabuloso repleto de criaturas mágicas e coisas do gênero.
Eu estava parcialmente enganado. Ende é muito menos pretencioso em Momo do que em A História Sem Fim. Ele nos mostra um mundo que poderia muito bem ser o nosso, em um tempo que poderia muito bem ser o presente. Momo é uma garota órfã muito especial e tem uma capacidade fantástica de saber ouvir as pessoas, o que ajuda muita gente. Ela também tem muitos amigos e quem brinca com ela nunca correrá o risco de ficar entediado.
Mas, existem os terríveis homens cinzentos, uma organização muito misteriosa que almeja roubar o tempo das pessoas. E quando Momo começa a atrapalhar os planos deles, sua vida e a das pessoas que ela ama entra em perigo. Graças ao homens cinzentos Momo se vê sozinha e sem esperança, mas se pode encontrar um amigo onde menos se espera. A partir dai, uma perseguição a favor do tempo (não resisti:]) se inicia.
Gostei muito da forma como o autor conta a sua história sem forçar comparações com a realidade cotidiana nem transmitir mensagens de moral como seria de se esperar. Essas coisas simplesmente surgem naturalmente, talvez até passem despercebidas. Algumas passagens, também são muito bonitas. Confesso que sou fã das histórias alemãs, pois são lindas. No fim, o livro dá uma sensação de angustia, de que não há saída para a Momo. Tudo pra deixar a história ainda melhor.
Recentemente também descobri que existem um filme e uma animação baseados no livro.Mal posso esperar para ler mais coisas de Ende.
Título: Momo e o senhor do tempo
Título Original: MOMO (1973)
Autor: Michael Ende
Ano: 1995
Páginas: 266
Tradução: Monica Stahel
Editora: Martins Fontes
2 comentários:
Essa foi uma das histórias mais apaixonantes que li quando pequeno. Apenas a título de curiosidade, a versão antiga do livro no Brasil se chamava "Manu, a Menina que Sabia Ouvir". Um grande abraço!
É verdade, essa história é mesmo apaixonante.
Eu já tinha visto esse título antes, mas pensei que era o nome do livro em Portugal.
Obrigado pelo comentário!
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