segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Conheça: Santuário



É demasiada vaidade acreditar que o homem é soberano sobre a Terra. Na escuridão ou sob as águas, enraizado no próprio cerne da humanidade, existiu sempre algo mais. Mas a era da fé no divino e no profano, em suas formas puras, se acabou. Contudo, isso não significa que crenças nascidas outrora também tenham se evanescido. A eternidade jaz no silêncio. O éter jamais se desfaz.

A seca de junho trouxe pedra erodida do fundo do rio. O que antes era apenas nostalgia, ressurgiu. As pessoas passam a ir a Quinze de Novembro para ver as ruínas de Passo do Lagoão. Todavia, algo mais ascendeu com as ruínas e o lodo.

Um estudante de uma excursão é encontrado afogado. Mas o enfermeiro Egon tem razões para suspeitar que algo está sendo encoberto. Ele próprio encontrou o estudante febril, na noite antes de sua morte. Uma febre atroz, sem razão, que também acometia outro menino da localidade.

Ian Beck é um professor universitário que escolheu seus passos e determinou sua própria obsessão. Na vã tentativa de fugir dos seus erros, ele esbarra no que poderia ser o seu mais sublime: Laura. Ele navega através de águas escuras. Entre a ânsia de confortá-la pela morte do amigo Pedro e recuperar sua vida, ele persegue uma verdade inconveniente sobre a vila inundada. Assim, acabou invadindo o mundo de Eva, a sacerdotisa de uma tradição que o tempo expurgou das suas memórias.

Este romance trata de um mito surgido no seio da humanidade. Algo que prosperou na consciência de um povo recluso. Um segredo que irá recair sobre Ian, Laura e Egon como uma herança funesta. Espólios soturnos que podem convergir e romper com a realidade aceita. São reminiscências sombrias do puro éter.

Santuário é um romance de horror literário que traz elementos de misticismo e referências à “Mitologia dos Antigos”, de H.P. Lovecraft. Seus personagens possuem uma vida pulsante, tomados por paixões, medos e fantasmas. Sugerindo perguntas sobre a intensidade de antigas crenças e o limite entre sonho e realidade, o livro é uma alegoria ao imaginário humano. 




Sobre o autor:

Andrio Mandrake é um autor gaúcho, natural de Cruz Alta, ainda em início de carreira. Antigamente escrevia sobre cavaleiros e dragões, mas foi absorvido pela escuridão que devora o mundo. Conheceu King num pesadelo e Cthulhu numa noite de tempestade. Aficionado por Rice e café, aprecia vinho com sua musa ruiva e sente falta do violoncelo que nunca tocou. Tem por hábito escrever à noite, enquanto sua gata, Luci, costuma fitar o corvo na sua janela.

Título do Livro: Santuário
Autor: Andrio Mandrake
Página: 238
Ano: 2013
Editora: Independente 

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