A escola, como todos sabem, é um lugar privilegiado para estimular o gosto pela leitura, mas não é isso que se vê na grande maioria das escolas brasileiras. O programa das escolas geralmente segue a “indicação” de títulos (quase sempre clássicos) que viram conteúdo avaliado, com perguntas de interpretação de texto com uma única respostas correta.
Deste modo a escola acaba esquecendo do fundamental, que é dar acesso as obras e ensinar os chamados comportamentos leitores: envolver-se na aventura com o personagem, comentar sobre o enredo, buscar textos semelhantes, conhecer mais sobre o autor, trocar indicações literárias. Tudo pelo prazer que a leitura nos proporciona. Só assim o aluno passará a ver a leitura como um hábito cotidiano e não como uma tarefa escolar.
Segue uma lista dos principais erros cometidos nas escolas na hora de tentar formar leitores literários nos primeiros anos escolares e que você deve evitar se for um professor, um gestor ou mesmo um pai ou uma mãe.
Ignorar os gostos de cada um
É na fase da escolarização que as crianças começam a consolidar as preferências pessoais. E isso tem de ser respeitado e aproveitado. Ouvir as considerações das crianças e estimular esse compartilhamento ajuda a criar o gosto pela leitura.
Impor uma interpretação
Quando termina um livro o professor/educador apresenta sua visão sobre a história. Mas o que ele não percebe é que ninguém é obrigado a ter a mesmo opinião.
Substituir o livro por figuras ou fantoches
A variação do modo de ler é algo desejável, mas na hora da leitura não deve-se esquecer do fundamental: um livro.
Ater-se aos clássicos
É claro que as crianças adoram os contos de fada, mas é importante oferecer a elas diversas obras para que criem um repertório amplo, ampliando assim seu universo cultural permitindo entrar em contado com situações desconhecidas. E é essencial também apresentar outros gêneros, como a poesia.
Transforar a leitura em uma atividade entediante
Ao fazer da literatura uma tarefa burocrática e entediante é comum que muitas crianças se afastarem dela. Mesmo assim é importante criar uma comunidade de leitores em classe, ou seja, espações em que todos tenham a chance de participar e opinar.
Avaliar a leitura por meios de provas e resumos
Deve-se evitar os questionários. Prefira ampliar os debates sobre os textos, pois isso ajuda a aumentar o envolvimento da turma.
Analisar só os aspectos gramaticais
Deixar de lado as interpretações de um livro está muito longe de ser uma bora forma de desenvolver comportamentos leitores na turma.
Separar forma e conteúdo
Colocar em discussão apenas os temas tratados no livro e deixar de lado a forma é um problema recorrente nas aulas de Língua Portuguesa. A interpretação completa de uma obra depende não só do que é dito, mas de como é dito. Até porque todo mundo sabe que um poema é diferente de uma crônica ou conto.
Professores que não gostão de ler
Muitos professores brasileiros não tiveram a chance de construir uma história como leitores de literatura. Mas sempre é tempo de criar o hábito de leitura e também inspirar os alunos. Começar com os best-sellers pode ser algo mais fácil, já que recorrem a padrões narrativos simples e trazem certo conforto. Mas não tenha medo dos desafios. Só não deixe que a leitura vire sinônimo de sofrimento. Achando uma satisfação fica mais fácil aceitar os percalços da leitura. Pode até parecer difícil, mas tudo começa com um primeiro passo – ou no caso, um primeiro livro.
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