Feios, de Scott Westerfeld

Título: Feios
Título original: Uglies (2005)
Autor: Scott Westerfeld
Ano: 2010
Páginas: 415
Editora: Galera Record
Tradução: Rodrigo Chia

Feios é o primeiro livro de uma série homônima do escritor estadunidense Scott Westerfeld. Assim que tomei conhecimento dessa série ela já havia se tornado uma das minhas mais desejadas. O tema me é muito atraente, e a perspectiva de me afastar da enxurrada de livros pra garotas que veem sendo publicadas nos últimos tempos me era bem vinda.

Apesar desse livro ser narrado segundo uma visão feminina dos fatos, o livro anda longe de ser “feminizado”. O autor deu muito mais objetividade a narrativa do que eu esperaria de uma autora de click-lit. É um livro leve em que a rapidez em que acontecem os fatos tornam a história dinâmica e divertida.

Viajar por esse mundo futurista e conhecer uma visão totalmente alienada são um alerta pra nossa sociedade.

Não seria uma dádiva um mundo onde as pessoas não mais sofreriam discriminação por sua aparência? Mas como alcançar esse mundo? Uma boa solução seria se todos fossem perfeitos. As mais belas e altas não teriam os melhores empregos, pois afinal todos seriam lindos. Essa foi a motivação de Scott Westerfeld ao criar a série Feios.

Tally está para completar 16 anos e isso só significa uma coisa, ela está preste a tornar-se Perfeita. Seu melhor amigo, Peris, já fez a operação para torna-se Perfeito e ela aguarda ansiosa a vida que ele já desfruta. Uma vida de festas e diversão. Em uma noite, enquanto é quase pega observando os Perfeitos em sua cidade, Tally conhece Shay, uma Feia que não está nem um pouco a fim de ficar Perfeita.

Para Tally ficar eternamente Feia é algo terrível e inaceitável, mas por culpa de Shay ela conhece o lado nada bonito desse mundo. Quando Shay some, os terríveis Especiais, as autoridades desse mundo, a coagem a revelar a localização de Fumaça, esconderijo dos Feios rebeldes, para onde sua nova amiga fugiu.

Uma coisa que não me agradou no livro foram algumas contradições que os Especiais. Enquanto em alguns momentos eles eram capazes de qualquer coisa para atingir seus objetivos em outros eles eram incapazes de fazer um mal real a alguém. Espero que nos próximos livros isso seja corrigido ou melhor explicado.

Tally não é perfeita. Não me refiro a aparência (que ao que me parece é o de uma jovem perfeitamente normal, bonita até), mas ao fato de que ela comente erros de forma consciente, é as vezes egoísta e usa autoengano pra fugir do remorso. Essas coisas tornam a personagem muito mais real e identificável. Sua busca para se tornar perfeita é a busca da maioria dos adolescentes, tentando tornar-se o que acha ser o melhor para se inserir em um grupo. Isso pode ser observado ao analisarmos o conteúdo de umas das séries mais famosas atualmente, Crepúsculo. A beleza eterna virou uma obsessão do mundo moderno.

A história de Tally em sua dura jornada, onde acaba por se desprender de estereótipos tão intrincados nela desde que nasceu, acabou tornado-se uma das séries mais legais da atualidade.