Título: Dragões de Éter – Círculos de Chuva
Autor: Raphael Draccon
Ano: 2010
Páginas: 534
Editora: LeYa
O final de uma série é sempre algo místico. Depois de conhecer e acompanhar a trajetória dos personagens é justo querer um final digno de suas expectativas. Nesse terceiro e último livro da trilogia Dragões de Éter minha expectativa não era menor. Afinal eu virei grande fã da série e do autor e eu sabia exatamente o que eu queria: algo grandioso.
O livro, como toda a série, traz aquele ar meio sombrio e por vezes agourento. O príncipe Axel passa bastante tempo fora do reino em sua própria jornada e anda por lugares estranhos e fascinantes. Novos personagens surgem como o enigmático e carrancudo Rei Petter, que acabou se tornando um dos meus favoritos. Ariane continua sua jornada pelos caminhos da magia o que a conduz a diversos perigos. Snail e Liriel e seu exercito de órfãos partem em busca do maior tesouro já enterrado. Os outros personagens vão seguindo a suas vidas, abarrotadas de problemas desde dúvidas adolescentes até questões que irão decidir o futuro dos reinos. Mas em algum momento você percebe que todas elas estão ligadas pela guerra que se anuncia. E todos tem seus papel nela.
O livro demora um pouco pra entrar no pique. Algumas coisas vão acontecendo sem muita explicação e nos deixando curiosos e cheios de suposições. Ocorrem muitas reviravoltas e há uma crescente sensação de perigo. Os personagens tiveram uma grande evolução nesse livro, principalmente o João, que me deixou meio confuso fazendo várias coisas bem estranhas.
A contribuição do povo oriental para a história (e para guerra), tão prometida no livro anterior, acabou sendo diminuída e o que me deixou chateado.
O desfecho dos personagens Axel e Maria foi, sinceramente, decepcionante. Até dá pra entender porque aconteceu, na verdade faz todo o sentido, mas isso não muda o fato de ter deixado a desejar.
O livro no geral deixou muitas pontas soltas. Merece um quarto livro para deixar tudo mais fechadinho. Gancho para isso até já tem pronto: Rapunzel. Se o autor colocou isso com a intenção de realmente de continuar a série eu não sei, mas com certeza seria uma boa e agradaria uma legião de fãs.
Com relação a minhas expectativas com esse livro eu fui correspondido em partes. A guerra, ou melhor, as batalhas demoram pra começar e acabam mais rápido do que eu gostaria. A Terra do Nunca foi a parte mais interessante do livro. Tudo ficou muito bem pensado, angelical e violento ao mesmo tempo. O final da maioria dos personagens me deixou com vontade de quero mais.
Achei normal o livro não ter me agradado totalmente. O último livro de uma série é sempre o mais perigoso, tanto para o autor como para o leitor. Ele tem a responsabilidade de não decepcionar seus fãs sob o risco de acabar deixando uma má impressão sobre a série, mas também ele não pode fazer uma final só para a gradar os fãs. Tem que ter a medida certa.
0 comentários:
Postar um comentário