Uma trama policial inteligente e cheia de reviravoltas já é bom, mas quando essa história é recheada com elementos da fantasia, o resultado só poderia ser um: uma história que jamais vai sair da sua cabeça.
Death Notes são cadernos pertencentes aos Shinigamis, Deuses da Morte, onde eles escrevem o nome dos humanos que devem morrer. Ryuk, um Shinigami entediado em seu mundo, resolveu jogar um Death Note no mundo humano por pura diversão. O Death Note é encontrado por Light Yagami, um estudante japonês superdotado que também andava entediado com o mundo. De posse do caderno Light resolve ser o juiz e o carrasco da sociedade, que julga estar podre. Ele passa a matar inúmeros criminosos todos os dias, visando criar um Novo Mundo, em que somente pessoas de bem viveriam, e em que ele seria um Deus.
Logo ele vira uma lenda e passa a ser chamado de Kira (que vem da pronúncia japonesa da palavra killer), chamando atenção do FBI. Um famoso detetive particular, conhecido simplesmente como L, é contratado para solucionar esse caso onde criminosos morrem subitamente sem explicação. O fato é que L é também um adolescente superdotado, com manias bizarras, e que logo que entra em ação já mostra a que veio.
Kira está a ponto de ser pego a cada episódio, um passo em falso o aproxima cada vez mais de ter o seu segredo revelado. E você, mesmo que não goste disso, acaba temendo por ele enquanto torce para L descobrir a verdade. Não há uma momento que você ache que vai ficar tudo bem. Está sempre tudo a ponto de explodir.
Como o assassino não é um segredo para o espectador, a trama precisa ser ainda mais capaz em prender o espectador, usando algo mais do que tentar esconder o mistério para ser revelado só no final. E, eu posso afirmar, Death Note cumpriu o seu papel com competência. Cada reviravolta é completamente inesperada, cada nova revelação é um susto, cada episódio te faz querer mais e mais.
O anime acompanha principalmente a perspectiva de Kira e L, em suas batalhas mentais para tentarem estar sempre um passo a frente do outro, mas ocasionalmente também é mostrada a visão de outros personagens. Novos personagens vão surgindo ao longo da história, com suas próprias investigações, como se fossem colocadas mais peças no jogo só pra dificultar tudo ainda mais.
Em 37 episódios de anime é notada uma separação em três partes. A primeira parte é com certeza a melhor de todas. É onde você ainda esta conhecendo os personagens e do que eles são capazes. Na segunda uma reviravolta faz o anime sofrer uma mudança drástica. Muita cuca batendo no final dessa parte para entender aquela confusão de Death Notes. Na terceira parte mais mudanças deixam o anime com nova cara.
Apesar de não ter gostado tanto das últimas duas partes do anime elas têm o mérito de sair da mesmice das histórias de detetive e mostram uma nova forma de conduzir esse tipo de narrativa.
Death Note não subestima a inteligência do espectador nem dos personagens. Não existe passagens forçadas que estão ali só pra facilitar a vida do autor (tá, talvez uma única passagem perto do final). Eles não têm medo de dificultar tudo ainda mais e fazer com que as coisas realmente aconteçam. O Death Note também é cheio de regras de uso que vão sendo reveladas aos poucos ao longo dos episódios, tirando certas duvidas que surgem eventualmente no anime.
O anime, dirigido por Tetsurō Araki, foi adaptado de um mangá escrita por Tsugumi Ōba e ilustrada por Takeshi Obata. No Japão o anime foi exibido entre 3 de outubro de 2006 e 26 de junho de 2007 e conta também com três filmes live-action. Aparentemente a Warner Bros. comprou os direitos para fazer uma adaptação americana do mangá, mas até agora o que mais existe são especulações sobre assunto.
Não tenho palavras pra descrever o deslumbramento que tive ao assistir esse anime. Ele reúne simplesmente tudo que eu poderia querer em uma história e ainda com o bônus de ser um anime (que eu adoro) com desenhos lindos e ótima trilha sonora.
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