“Quando os Reis estão em guerra, a terra inteira treme!”
Dando continuidade aos eventos iniciados em A Guerra dos Tronos, o segundo volume das Crônicas de Gelo e Fogo (A Song of Ice and Fire) se inicia com prenúncios sombrios vindo sob a forma de um fulgurante cometa cor de sangue que cruza os céus de Westeros, e sua acepção tem diferentes formas pelos auto-intitulados reis que surgiram pelos quatro cantos dos Sete Reinos.
Uma mensagem trazida por um corvo branco da Cidadela anuncia o fim do Verão, o temido Inverno está chegando, mais essa não é mais a maior preocupação e sim o caos que se instaurou por todo o território. O conflito entre os Stark, Lannister e Baratheon está quase no seu ápice. Não há espaço para negociações, alianças são feitas e desfeitas, traições viram rotina, lealdade é uma palavra cada vez mais abstrata e nunca nada é o que parece ser!
Em A Fúria dos Reis novos personagens têm maior destaque na trama e dois novos pontos de vista fazem coro à narrativa, Theon Greyjoy, protegido dos Starks e filho de Balon Greyjoy das Ilhas de Ferro e Davos Seaworth, cavaleiro do auto intitulado rei Stannis Baratheon de Pedra do Dragão. O bom desses diferentes focos de narrativa é acompanhar a história sob a forma de pequenas crônicas que mostram, em uma visão mais ampla, tudo o que está acontecendo por todo o reino e fora dele também.
A fantasia que era mostrada de forma discreta no volume I começa a ter um destaque maior nesta segunda parte, mais continuo achando genial a ideia de Martin de não pôr a fantasia no centro de todos os conflitos. A magia é despertada com o surgimento de dragões nas cidades do Outro Lado do Mar. Forças misteriosas e sobrenaturais se agitam Para Lá da Muralha. Mistérios envolvendo lobos e os segredos das famílias do norte começam a ser desvendados. E uma estranha religião oriental promete dar uma nova faceta à guerra: é a magia combatendo a força das espadas.
Em relação aos personagens alguns comecei a ver de forma diferente, Catelyn Stark se transforma na mais valente das mulheres, capaz de feitos ousados em defesa dos filhos e também por justiça, suas passagens possuem a maior parte da emoção contida no livro! Tyrion Lannister não parece mais tão legal para mim, ele chega a Porto Real com o intuito de fazer justiça, mas isso não quer dizer que não queira a glória da sua Casa, e para conseguir o que deseja é preciso passar por cima de sua irmã, a Rainha Cersei. Os filhos de Ned Stark aparecem com pouco menos frequência, mais ainda sim tomam de conta do livro. Outra que aparece menos, para infelicidade minha, é Daenerys Targaryen, que tem pouca expressão nesse livro, diferentemente do primeiro. O foco principal desse segundo volume é o embate de reis, apresentados principalmente pelos pontos de vista de Tyrion, Catelyn e Davos.
Já li resenhas onde diziam ser este o volume mais fraco da série, aí penso, se esse for o mais fraco imagine só o melhor! Porém, não concordo totalmente com isso, achei esse livro um pouquinho superior ao primeiro, especialmente pelo fato de haver mais elementos fantásticos e também por haver mais mistérios e em certa medida, ação também e autor demonstrou mais sutileza como em certos momentos em que engana totalmente o leitor!
Mas acho que reconheço por que alguns acharam o volume I melhor, os conflitos iniciados no primeiro demoram muito a se resolverem, ou nem mesmo se resolvem, e há algumas passagens um pouco maçantes, só que tudo isso é compensado com um final espetacular, cheio de surpresas e reviravoltas inimagináveis e que dá aquele gostinho de quero mais!
Porém, já aviso logo que não é bom a se apegar a nenhum personagem nessa série, porque ele pode ser tirado de você da forma mais cruel, ou poderá acontecer com ele coisas terríveis. Martin não poupa ninguém, especialmente os bons pelo que vejo, em certas passagens cheguei a sentir ódio do livro! Mais isso passou e espero ansiosamente pelo lançamento do volume III. Que caia A Tormenta de Espadas!!!
Título: A Fúria dos Reis
Título original: A Clash of Kings
Autor: George R. R. Martin
Ano: 2011
Páginas: 653
Editora: Leya Cult
Tradução: Jorge Candeias
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